Impossibilitado de sua realização no ano passado, uma das homenagens à padroeira de Parintins – Nossa Senhora do Carmo, mais esperada durante os festejos para a Santa Católica, foi retomada nessa quarta-feira (14). Idealizada por Juarez Lima com apoio dos artistas da terra dos bois Caprichoso e Garantido, este ano, o cortejo fluvial pelo Rio Amazonas comemora 12 anos, em agradecimento ao dom da arte e a vida, principalmente nesse período pandêmico.
Este ano a romaria iniciou terça (13) ao sair de Manaus e depois seguiu para um local conhecido como “boca limão” para concluir o percurso no cais do porto de Parintins, chegando por volta das 18h40 de hoje. Esse evento é uma das atrações da festa em honra a Nossa Senhora do Carmo que começou dia 06 e encerrará dia 16 de julho. Na imagem da santa os artistas homenagearam as vítimas da covid-19 e grandes personalidades que faleceram de outras causas como Arlindo Júnior, Emerson Maia, Zezinho Corrêa, Klinger Araújo, Paulinho Faria, Enéas Gonçalves, Júnior de Souza, Geny Medeiros, entre outros. Os homenageados tiveram suas fotos postadas em rosas em torno da Virgem do Carmelo.
A construção da imagem foi coordenada pelo artista parintinense Juarez Lima, que ficou internado com covid-19 e teve a esposa e outros membros da família mortos pela doença. “Os entornos simbolizam as rosas de Maria, grande parte são rosas que estão agora regando o jardim de Maria e algumas rosas são também as graças que algumas pessoas alcançaram”, explicou o artista.
Ainda de acordo com Juarez, a obra também faz uma crítica à poluição do meio ambiente em que os artistas usaram pneus que às vezes são descartados nos rios e os transformaram em arte na construção da imagem da padroeira de Parintins. “A imagem fala também da temática amazônica em que jogamos pneus e os resíduos na água, mas, assim como esses resíduos machucam a água, eles se transformam em obra de arte. Então lançamos a mensagem da dor. A água é fonte de vida e precisamos cuidar do que Deus colocou de mais precioso que é a natureza”, concluiu.
Acompanhada de dezenas de embarcações e pelos fiéis pela orla da cidade, a Romaria retorna fortalecendo a fé e a esperança do parintinense.
