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Sócios e trabalhadores do Garantido expõem falta de transparência e irregularidades da atual gestão do bumbá

*Franciane Silva da Redação Dia a Dia Notícia

Após dois anos sem acontecer devido à pandemia de Covid-19, o Festival de Parintins, além de trazer de volta uma das maiores festividades do mundo, também trouxe à tona problemas enfrentados por um dos protagonistas do festival, o boi-bumbá Garantido. Após o término das festividades e a derrota, houve uma debandada de itens que faziam parte do boi vermelho e que expôs  a falta de transparência da atual gestão do bumbá.

O Movimento de Proteção do Garantido, composto por sócios, trabalhadores torcedores do bumbá entregaram uma representação escrita para que o atual presidente Antônio Andrade fosse afastado do caso e toda a situação fosse investigada. O estatuto foi analisado e foi constatado diversas irregularidades da atual gestão.

Ao Dia a Dia Notícia, o advogado Paulo Almeida, que está acompanhando este processo, explicou que uma das maiores irregularidades encontradas foi a falta de prestação de contas nos últimos dois anos no que diz respeito à fraude processual.

“Nós temos recibos de que eles receberam valores aproximadamente de R$ 600 mil antes do festival, nas contas pessoais dele. […] apresentamos uma representação escrita numa secretaria do boi para que ele (Antônio Andrade) pudesse ser afastado e investigado. O prazo venceu no domingo (17) e estamos aguardando para que ele seja realmente afastado”, explicou o advogado.

Para a representação escrita, Paulo, juntamente com a advogada Nayara Calda, Gaspar Medeiros e Everton Silva conseguiu o apoio de 1% dos sócios do bumbá, onde conseguiram mais de 300 assinaturas. O advogado ressalta também que em meio a tudo isso diversos trabalhadores não foram pagos, assim como artistas e compositores também não foram pagos.

Paulo Almeida afirmou ainda ao Dia a Dia, que caso não aconteça o afastamento do presidente do Garantido, uma ação judicial será preparada. Diversos questionamentos estão sendo levantados acerca do estatuto, que de acordo com o advogado não está sendo respeitado.

“Isso seria um marco histórico porque nunca aconteceu na história do festival de Parintins. Então se isso não acontecer, de maneira que os conselheiros possam realmente respeitar o estatuto a gente deve judicializar para que um juiz possa compreender o nosso pedido para que o presidente e o vice sejam afastados imediatamente”, disse Paulo Almeida. 

Por meio das redes sociais do Garantido, um comunicado foi compartilhado com a assinatura do presidente Antônio Andrade, onde o mesmo fala sobre a situação do bumbá ao assumir o comando do mesmo.

“No início do meu mandato como Presidente AFBBG/IBBG11/10/2020, verifiquei através da Auditoria Interna, que as referidas Entidades, encontravam-se em déficit econômico-financeira, tanto em seus custos fixos, quanto em relação às Despesas/Gastos dos Festivais Passados”, diz Andrade. 

Ainda no comunicado, Antônio Andrade diz que foi orientado pela Auditoria Interna que fosse divulgado tal resultado, porém ele optou por não tornar público.

“Hoje verifico que se tratou de uma decisão incorreta, uma vez que, atualmente, sou atacado com ofensas e ameaças, por erros que não foram cometidos na minha gestão, mas sim, herança de gestões passadas”, frisou o presidente. 

Pelas redes sociais também, foi publicado um edital de convocação para prestação de contas referentes ao período de 2020 a 2021. A Assembleia Geral tem data marcada para acontecer no dia 31 de julho no município de Parintins, onde se terá conhecimento do Parecer do Conselho Fiscal e deliberação sobre as contas da Diretoria do Garantido.

Até o momento, se tem o conhecimento de que a Representação Escrita feita pelo Movimento de Proteção do Garantido para que a atual gestão fosse afastada, com validade até o dia 17 de julho não foi cumprida, e o presidente Antônio Andrade continua em exercício de suas funções.

Falta de pagamento

No dia 9 de julho, após um dia de tensão por falta de pagamento, trabalhadores do boi-bumbá Garantido atearam fogo nas alegorias que foram utilizadas nas apresentações e na estrutura da Cidade Garantido, em Parintins. Durante a manifestação dos trabalhadores houve disparos efetuados pela Polícia Militar para tentar dispersar as pessoas do local.

Os trabalhadores estavam exigindo um posicionamento da diretoria em relação aos pagamentos, e como forma de manifestação tocaram fogo nas alegorias e parte da estrutura da sede do Garantido.

A Polícia Militar precisou ser acionada para controlar a situação, vídeos publicados nas redes sociais mostram a polícia fazendo uso de balas de borracha para dispersar as pessoas do local. O Corpo de Bombeiros foi acionado para o local e controlou o incêndio.

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