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Registro mostra que pais sabiam que autor de atentado em escola desejava chacina

Foto: Reprodução

*Da Redação Dia a Dia Notícia

Um documento em posse da Polícia Civil de São Paulo, mostra que os pais do estudante de 13 anos que matou a facadas a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, sabiam que o filho tinha “interesse em realizar uma chacina”, um mês antes do atentado. A informação foi divulgada pelo jornal Metrópoles.

O crime aconteceu na manhã da última segunda-feira (27), na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo. Outras três professoras e um aluno ficaram feridos. O autor do ataque foi apreendido pela Polícia Militar e internado provisoriamente por decisão da Justiça.

A ata de reunião escolar do dia 23 de fevereiro obtida pelo jornal mostra que o pai do adolescente e a mãe compareceram à Escola Estadual José Roberto Pacheco, onde o filho estudava na época, a pedido da diretoria do colégio.

De acordo com depoimentos de funcionários da escola à polícia, a reunião foi convocada em razão do “comportamento suspeito” do garoto. No dia 7 de fevereiro, o estudante ameaçou de morte um colega de classe via WhatsApp e tentou extorqui-lo. Uma semana depois, a mãe da vítima teve acesso às mensagens e comunicou à escola sobre as conversas, em 14 de fevereiro.

Funcionários do local ainda relataram à polícia que o menor teria enviado outras mensagens suspeitas a uma colega no dia 21 de fevereiro, durante o feriado de Carnaval, perguntando se a estudante conseguiria arrumar isqueiro e gasolina, sem dar detalhes do que pretendia fazer com os objetos.

Chacina

Na reunião do dia 23, os pais do adolescente foram informados, em detalhes, pela diretoria da escola sobre todas as ameaças feitas pelo garoto a colegas. Ao final, eles assinaram um termo confirmando que estavam cientes do comportamento do filho.

De acordo com a ata da reunião enviada à polícia, a diretora da escola, Kelly Salerno, disse a eles que o adolescente havia compartilhado com outros alunos fotos que faziam apologia a atentados em escolas e imagens em que segurava armas de fogo.

Segundo depoimentos de funcionários da escola, o pai do garoto teria reagido com indiferença e dito que esse comportamento do filho era “normal”. Durante a reunião, o casal relatou um episódio no qual o adolescente teria sido espancado quando tinha 11 anos, no antigo colégio em que estudava. Segundo eles, desde então, o filho nunca mais foi o mesmo.

Em depoimento à polícia, o aluno disse que planejava o ataque havia dois anos, inspirado no Massacre de Suzano, ocorrido em uma escola estadual em 2019. O adolescente falou que sofreu bullying nas escolas onde estudou e que já tinha pensado em matar o próprio pai porque apanhava dele.

Depois de os pais assinarem o documento confirmando que tinham ciência do comportamento do filho, o colégio teria solicitado que eles levassem o garoto para um exame no Centro de Atenção Psicossocial Infantil (Capsi), e apresentassem um atestado de que ele tinha condições psiquiátricas de continuar na escola.

Três dias depois, segundo depoimentos feitos à polícia, os pais teriam apresentado apenas um laudo preliminar de uma triagem feita pelo Capsi, pedindo que o filho retomasse os estudos. Diante da negativa do colégio, Ricardo teria ficado irritado e pedido que o adolescente fosse transferido para um outra escola.

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