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Presidente do Grupo Vila Galé aposta no turismo como motor do pós-pandemia no Brasil

Com efeito, a crise sanitária do coronavírus levou vários setores a terem quedas econômicas brutais, estima-se que o setor de hospedagem foi atingido com perdas que chegam a 90%. De acordo com pesquisa realizada pelo FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), a abertura de 60% dos hotéis no Brasil se dará nos próximos meses e, com a retomada gradual das atividades, haverá uma movimentação do setor no País, já que muitas pessoas irão buscar por viagens e passeios para compensar o distanciamento social da primeira metade do ano. “Temos que nos preocupar também com a economia, se não curamos da doença e morremos pela cura”, avalia Jorge Rebelo, presidente do Grupo Vila Galé, de Portugal, maior grupo hoteleiro europeu no Brasil em live com a Revista IstoÉ.

Jorge Rebelo de Almeida não é um negacionista da doença, pelo contrário ele acredita que não se pode menosprezar a transmissibilidade nem tampouco mitificar o infortúnio como uma gripezinha, ele defende que a saúde das pessoas está em primeiro lugar; porém acredita ele que não se deve dramatizar a pandemia.

É sabido pelo segmento de hotelaria que nem de longe a procura pelos serviços relacionados ao turismo nos próximos meses será a mesma de antes da pandemia. Os principais motivos para esse cenário é que a crise econômica trazida pelo coronavírus fez cair muito a renda de uma boa parcela dos brasileiros e o desemprego gritante. “Se deixarmos de investir, seguramente vamos destruir a economia brasileira. A retomada do crescimento passa pelo turismo”, afirma.

Há mais de três décadas no ramo da hotelaria, Rebelo de Almeida avalia que a economia no Brasil voltará a crescer em breve, mas que são urgentes a tomada de decisões econômicas como a reforma tributária. Segundo ele, “o Brasil tem os maiores tributos do mundo.” No entanto, ao contrário de seus pares brasileiros, o empresário português – que afirma que não é adepto do liberalismo econômico – mira no bem-estar social dos brasileiros para reclamar da alta taxação tributária. Cobra-se muito e não entregam nada. “Temos que melhorar a vida das pessoas. Ainda está muito a fazer no Brasil, como, por exemplo, na habitação social, na educação e na saúde do povo. Precisa-se de reformas drásticas.”

Na live, ele faz críticas aos valores cobrados de IPTU em algumas cidades e à infraestrutura do País, como saneamento básico, condições das estradas e de locomoção, apesar de elogiar os aeroportos. Para ele, o País tem que atrair o turista do exterior, que sofre com o alto custo da mobilidade interna e a questão da segurança pública. “O transporte aéreo é escasso é caro e uma imagem de insegurança tremenda.” Ele acredita que o momento do turismo no Brasil, assim que superado o problema da pandemia, é muito especial, em função da desvalorização do Real. “O Brasil ficou muito barato para o turista estrangeiro. Porém, ninguém visita um lugar inseguro. No pós-pandemia vamos relançar o Brasil”, diz.

No bate-papo, Rebelo de Almeida aponta o dedo para a Esplanada do Ministério e diz que o Brasil precisa atrair não só turistas estrangeiros, mas criar condições para valorização do capital internacional; leia-se empresas que não buscam a especulação financeira, mas que vão investir em riquezas palpáveis, tangíveis. Na mesma toada, ele afirma que o País não deve tampouco pode atrair quem visa o turismo sexual. “O Brasil tem um mercado internacional que qualquer turista estrangeiro fica encantado. A simpatia dos brasileiros muitas vezes superam os problemas de infraestrutura”, conclui.

 

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