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Prefeito clama por ajuda e diz que é contra plano de reabertura do comércio apresentado pelo governo do AM

Arthur Neto disse ser contra a proposta de abertura das atividades econômicas apresentada, nesta quinta-feira (30), pelo governador Wilson Lima. Segundo ele, não é hora para falar em abertura, quando a curva de infectados pela Covid-19 ainda está aumentando

Contrariando quem defende a reabertura do comércio e defendendo que a capital do Amazonas ainda não alcançou o pico da pandemia provocada pelo novo coronavírus, o prefeito Arthur Virgílio Neto clamou por ajuda do governo federal e líderes mundiais durante emocionada entrevista ao canal de notícias CNN Brasil, nesta sexta-feira, 1º de maio.

“Eu diria que Manaus virou a Itália”, alarmou, diante do cenário de colapso na saúde e do aumento expressivo de óbitos.

 

Hoje, o Amazonas é um dos estados com maior incidência de covid-19. O centro da pandemia no estado é a capital, Manaus. “Na minha opinião, não estamos no pico ainda e não sei, sinceramente, o que vai significar quando chegarmos lá, mas depois que a curva começar a descer vai demorar um tempo até tudo estabilizar”, avaliou Arthur Virgílio.

 

Nesta quinta-feira (30), o governador Wilson Lima prorrogou as medidas restritivas até 13 de maio e apresentou um plano para retomada gradual das atividades econômicas em Manaus e região metropolitana, condicionada à análise da curva de casos do novo coronavírus (Covid-19). Segundo Arthur Neto, não é hora para falar em abertura, quando a curva de infectados pela Covid-19 ainda está aumentando.“Tem gente que pensa que depois que a curva começar a descer virá o país das maravilhas de Alice”, completou.

 

O prefeito de Manaus também cobrou a ajuda do governo federal e disse que capital e Estado precisam de mais atenção e menos burocracia. “Não podemos aguardar equipamentos a vida inteira”, disse Arthur. “Me enviaram caixões e estou recusando, mandando devolver, porque não é disso que precisamos. Queremos medicamentos, EPIs e o que for necessário para enfrentarmos essa pandemia”, declarou.

 

Críticas do Governo Federal

 

Arthur Virgílio, conhecido no cenário nacional pela atuação parlamentar como senador de oposição, voltou a fazer duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro, que defende que os brasileiros voltem ao trabalho. “Considero que as palavras do presidente são cada dia mais insensatas. Faço aqui um pedido para que ele fique em casa, faça o que o bom senso manda, salve a vida dos brasileiros, de seus eleitores, 57 milhões que lhe disseram para tocar esse país para um porto seguro, e não para o buraco que parece estar indo”, afirmou, criticando também a postura do novo ministro da Saúde, que tem um “bonito currículo, mas palavras vagas”, disparou.

 

Durante quase meia hora, o prefeito respondeu questionamentos de cinco jornalistas e comentaristas, que reconheceram a emoção de suas falas, sobre temas relacionados ao enfrentamento do novo coronavírus em Manaus. Na ocasião, Arthur informou que gravou vídeos para serem enviados a líderes mundiais, com pedidos de ajuda para uma população que mantém boa parte de sua floresta amazônica em pé.

 

 

“Espero acordar o mundo, porque não consigo acordar o Brasil. Por isso, gravei vídeos para alguns países do G20, mostrando que o Amazonas precisa de ajuda. É hora de ajudarem a proteger o povo que protege sua floresta. Falam tanto que a Amazônia é importante ao mundo, então que mostrem isso na prática”, conclamou o diplomata de carreira.

 

Por fim, reconhecendo que chegará o momento que o Brasil deverá se preocupar com o impacto econômico pós-pandemia, o prefeito foi enfático. “Depois teremos outra luta, outra Covid-19, que será recuperar a credibilidade econômica do Brasil”, finalizou.

 

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