Manaus, terça-feira 8 de julho de 2025
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Ouro Preto é um destino perfeito para quem busca uma experiência cultural profunda

*Por Audrey Bezerra

A histórica Ouro Preto retrata a beleza arquitetônica que está em cada cantinho de Minas Gerais, rodeada de montanhas, situada a apenas 98 km de Belo Horizonte. A riqueza cultural de Ouro Preto fez com que ela se tornasse o primeiro sítio brasileiro considerado Patrimônio Mundial da UNESCO, em 1980. A cidade foi a primeira capital do estado.

No século 18, auge do ciclo do ouro, havia muitos africanos escravizados por lá, e foram eles que ergueram os casarões antigos e as igrejas centenárias que tornaram a cidade um patrimônio cultural da humanidade.

Tanto em Ouro Preto quanto em Tiradentes e Mariana é possível encontrar obras do artista mineiro,  que faleceu, mas ainda hoje a beleza da obra de Antônio Francisco Lisboa (1738-1814), o mestre Aleijadinho, é aclamada no mundo inteiro. Embora tivesse mãos severamente aleijadas, ele foi o maior escultor, entalhador e arquiteto do Brasil colonial. O artista que fazia esculturas em pedra sabão e tem a maior parte de seu acervo em Ouro Preto.

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar

A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar está entre as mais belas de Ouro Preto. Grandiosa, ela causa emoção nos visitantes que passam pela porta, especialmente pelo intenso dourado que decora o interior

Hoje a igreja encanta não só pelo belo interior e fachada, mas também pelo Museu de Arte Sacra que sedia em suas instalações

 

Estima-se que a igreja esteja entre as que mais receberam ouro em sua decoração em Minas Gerais e no Brasil.

Além da sua relevância para a arquitetura do Brasil, Ouro Preto também foi essencial para a luta da Independência do país em relação a Portugal, sendo o berço do movimento da Inconfidência Mineira.

O teto da Igreja de São Francisco de Assis

A pintura do teto é obra do mestre Ataíde, um importante artista do barroco mineiro que também trabalhou em conjunto com Aleijadinho. A arte do mestre Ataíde é um tesouro da cultura nacional. A arte no teto é considerada a segunda mais lindo do mundo. É permitido fotografar o interior da igreja somente com aparelho celular (sem flash).

Não pode faltar no roteiro conhecer: a Praça Tiradentes; a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar; a Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição; a Igreja São Francisco de Assis; o Museu da Inconfidência – estava fechado para reforma; Museu de Arte Sacra e o Museu de Mineralogia.

A praça Tiradentes recebeu este nome porque foi nela que a cabeça de Tiradentes foi exposta à população de Ouro Preto. Dentista, comerciante, tropeiro, militar, minerador e articulista político, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira, morreu em 21 de 1792, na cidade do Rio de Janeiro.

A praça é o coração de Ouro Preto, cercada por casarões coloniais, museus e monumentos. É o ponto central da cidade, onde convergem as principais ladeiras.

Outra dica é um passeio pela Mina do Chico Rei, uma mina de ouro subterrânea, uma das poucas abertas à visitação, ligada à história de Chico Rei, um escravo que comprou sua alforria. Uma experiência única para compreender a mineração e a história afro-brasileira.

Há também a Casa dos Contos – com exposições sobre a economia do ouro, moedas coloniais e a senzala preservada no porão, um testemunho da escravidão; o Museu do Aleijadinho dentro da Igreja de São Francisco de Paula. Um espaço dedicado à vida e obra de Aleijadinho, com peças sacras e exposições.

 

Outro lugar ideal para comprar lembranças é a Feira de Artesanato do Largo de Coimbra. A feira fica ao lado da Igreja de São Francisco de Assis, com artesanato em pedra-sabão, joias e souvenirs. São peças únicas feitas por artesãos locais, como miniaturas de igrejas e esculturas.

Túmulos nas igrejas

É curioso observar que – em quase todas as igrejas das cidades de Minas que visitamos, há marcações dos antigos túmulos onde eram enterradas as pessoas que faziam parte da igreja e as famílias que patrocinaram a sua construção. Dizem que o mau cheiro dentro das igrejas, causado pela decomposição dos corpos enterrados sob o piso, era insuportável, logo, o cemitério do lado de fora não era apenas uma questão de espaço mas de qualidade das missas. Disseram também que ocorreu proliferação de doenças, até que o Vaticano mandou suspender os enterros. Os pisos das igrejas são geralmente de madeira, e, abaixo dos tampos, os túmulos.

Pesquisando mais sobre o assunto, encontramos que no catolicismo colonial, acreditava-se que ser sepultado dentro de uma igreja ou em seu adro (área externa próxima) garantia maior proximidade com Deus e proteção espiritual. A igreja era vista como um espaço sagrado, e o sepultamento ali era considerado uma forma de assegurar a salvação da alma. Essa tradição, profundamente enraizada na cultura católica da época, tinha significados religiosos, sociais e culturais, e pode ser observada nas cidades de Ouro Preto, Mariana, São João del Rei e Tiradentes.

O sepultamento dentro da igreja era um privilégio reservado, em geral, à elite (nobres, clérigos, comerciantes ricos e membros influentes da sociedade). Quanto mais próximo do altar-mor, maior o prestígio do falecido.

Essa tradição de enterrar nas igrejas foi herdada de Portugal e de outros países católicos europeus, onde o costume remontava à Idade Média. Em Minas Gerais, a prática foi intensificada durante o ciclo do ouro, quando a riqueza permitiu a construção de igrejas suntuosas.

Leia mais: Minas Gerais: riquezas culturais, históricas e uma culinária memorável

*Por Audrey Bezerra – especial para o Turismo do Dia @turismododia_ .

A jornalista viajou de férias para Minas Gerais. Diretora-executiva do Dia a Dia Notícia. Jornalista formada há duas décadas. É associada à Fenaj, Abraji, Sinjor-AM e Ajeb-AM.

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