*Franciane Silva – Da Redação Dia a Dia Notícia
Entre os anos de 2018 a 2021, o estado do Amazonas contabilizou 5.197 mortes violentas intencionais, aponta o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022. No estado, os conflitos regionais entre grupos criminosos se acirram após um período de estabilidade, onde o Amazonas apresenta a maior variação na taxa de mortalidade violenta no ano de 2021, com crescimento de 53,8%,
Segundo o Anuário 2022, o município rural de Japurá, localizado no norte do estado, que possui cerca de 2 mil habitantes, ocupa o 12º lugar na lista de 30 cidades mais violentas do Brasil. A violência no estado está relacionada com a profusão de crimes ambientais e conflitos fundiários, além do conflito entre as maiores facções do estado, aponta o “Guia Amazônia Legal e o Futuro do Brasil”, divulgado pelo monitor Sinal de Fumaça no último dia 30.
Durante três anos de governo Bolsonaro, 40% dos 5.725 conflitos por terra registrados no Brasil ocorreram na Amazônia Legal, o que equivale a dois registros por dia. Além do Amazonas, a região engloba os estados do Acre, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Pará e Tocantins. No ano de 2021, a Amazônia Legal registrou uma taxa de violência letal nos municípios de 30,9 a cada 100 mil habitantes, com percentual de 38,6% que supera a média nacional.
Além de conflitos por territórios e crimes ambientais, outros problemas intensificaram a violência letal na região. Das 30 cidades mais violentas do país, dez se localizam na Amazônia Legal. De acordo com o Guia Amazônia, os povos indígenas são o grupo que mais sofre com a violência por disputa por terras sendo 26%, seguido por quilombolas (17%) e pessoas sem-terra (14%).
O guia também aponta que mais de 6,55% do Amazonas foi atingido pelo desmatamento até o ano de 2022, que cerca de 31.577 focos de calor foram detectados entre 2020 e 2021, e que 148,33 megatons de CO2 foram emitidos no ano de 2019, sendo a maioria proveniente do desmatamento e mudanças no uso do solo.