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Mulheres são maioria na linha de frente, mas são deixadas de fora das decisões sobre combate à Covid-19

Pesquisa realizada em 17 países mostra que elas são apenas 20% do comitê de emergência da OMS e um quarto dos decisores nos governos centrais
Vacinação entre enfermeiras no ProntoBaby da Tijuca, Rio de Janeiro. Pesquisa mostra que, embora mulheres sejam 70% dos profissionais na linha de frente, elas não têm espaço na tomada de decisões sobre o combate à pandemia Foto: Brenno Carvalho/Agência O GLOBO

*O Globo

Sete em cada dez trabalhadores na linha de frente do combate à pandemia de Covid-19 são mulheres. Apesar disso, elas são deixadas de fora da resposta à doença e dos planos de recuperação. Uma pesquisa realizada pelo grupo Women Deliver, com sede em Nova York, e a Focus 2030, uma organização francesa de pesquisa, ouviu 17 mil homens e mulheres em 17 países. A maioria dos entrevistados quer que as mulheres sejam mais ouvidas e também se preocupa com retrocessos na igualdade de gênero.

“As pessoas ao redor do mundo reconhecem que a igualdade de gênero é um tema do nosso tempo, e que esse tema ficou ainda mais urgente com a Covid-19”, diz Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora da ONU Mulheres, órgão das Nações Unidas que trabalha pela igualdade de gênero.

Na pesquisa, oito em cada dez entrevistados afirmaram que as mulheres deveriam estar envolvidas em todos os níveis das respostas de saúde e dos esforços de recuperação, incluindo o desenvolvimento de tratamentos e de políticas.

Apesar disso, embora as mulheres sejam 70% dos trabalhadores na linha de frente, a resposta global ao novo coronavírus falha na inclusão delas, disseram os entrevistados.

A pesquisa mostrou estudos que apontam que em 30 países as mulheres são um quarto dos decisores sobre as crises de saúde e econômica.

Apenas 20% dos comitê de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) são mulheres, mesmo que os dados preliminares tenham mostrado que a resposta à pandemia é melhor com mulheres envolvidas nos processos de decisão.

Estudos do Banco Mundial e da ONU mostram que os danos causados pela pandemia, seja o aumento da violência doméstica ou a queda na renda, recaem mais sobre as mulheres. Para a ONU, a longa duração desses danos é motivo de preocupação:

“Sabemos que a Covid-19 ameaça um retrocesso mesmo nos avanços conquistados pelas mulheres”, afirmou a diretora da ONU Mulheres.

Um total de 47 milhões de mulheres serão jogadas na pobreza extrema (terão que viver com menos de US$ 1,90 por dia) em 2021 porque elas são a maioria nos setores da economia mais afetados pela pandemia, como o trabalho doméstico e no setor de hospitalidade.

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