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Mank e A Voz Suprema do Blues: Netflix aposta alto para dominar Oscar 2021

A pandemia de Covid-19 fez com que muitas áreas da sociedade sofressem mudanças que talvez permaneçam por um bom tempo. Nos cinemas não foi diferente. Com grande parte das salas fechadas em todo o mundo ao longo de 2020, os principais estúdios voltaram-se ao streaming e os serviços já estabelecidos, como a Netflix, saíram ainda mais fortes em uma disputa que deve se arrastar ao longo de 2021.

Em meio às indefinições que os cinemas viveram neste ano, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas revogou a regra que obrigava os filmes a ficarem em exibição por sete dias nos cinemas. Com isso, longas que estrearam no streaming, em serviços on demand ou drive-in poderão concorrer ao Oscar 2021.

E a Netflix não marcou bobeira. A principal plataforma de streaming do planeta aposta alto em seus lançamentos de 2020 como Mank, de David Fincher, e A Voz Suprema do Blues, último filme de Chadwick Boseman, para levar as maiores categorias do Oscar 2021 e se firmar entre os principais estúdios de Hollywood.

“A Netflix já vem conquistando Oscar faz tempo na seara de documentários. Nos filmes de ficção também acumulou muito prêmio importante. Com Roma, ficou muito clara essa obsessão em ganhar um Oscar para realmente se validar diante dos estúdios tradicionais, como um ‘estúdio’ que veio para ficar na indústria”, afirma o crítico de cinema do Metrópoles, Felipe Moraes.

Para o especialista, mesmo com essa obsessão de receber um “selo” de aprovação, ao vencer um dos prêmios principais do Oscar (Melhor Filme, Melhor Ator ou Atriz, etc) a Netflix já tem adotado nos últimos anos estratégias parecidas aos dos estúdios tradicionais como Warner, Disney, entre outros.

“Todos têm os seus produtos pop pra chamar público, o filme que vai ‘salvar’ as contas naquele ano. A Netflix sempre joga na plataforma um filminho do Adam Sandler, um blockbuster com star power como The Old Guard e Power, como uma maneira de equilibrar as contas”, explica.

“Fora os hits internacionais que vez outra surgem por lá, ela sempre prepara um conteúdo, digamos: ‘premium’, que o Netflix sabe que não vai dar tanta grana, mas vai trazer prestígio, agradar a crítica e, quem sabe, ganhar Oscar”, completa Felipe.

Neste ano, a Netflix tem como principal aposta, Mank, novo filme do diretor David Fincher (Seven, Zodíaco, A Rede Social), com Gary Oldman como protagonista. O longa traz o premiado ator no papel de Herman J. Mankiewickz e aborda os bastidores da criação de Cidadão Kane (1941).

“Mank tem todo o ‘charme’ de ser em preto e branco, que pro Oscar costuma colar bem como triunfo estético e nostálgico, e diretor grande por trás. Além, claro, de ser um filme sobre uma das obras-primas máximas do cinema clássico, Cidadão Kane”, opinou Moraes.

Sucesso em documentários, mas em filmes nem tanto

A Netflix estreou no Oscar em 2014. Ao longo dos anos, o streaming soma 54 indicações. O primeiro troféu veio em 2016, na categoria de Melhor Documentário em Curta Metragem, com Os Capacetes Brancos.

Além disso, a plataforma voltou a vencer essa mesma categoria em 2018, com Absorvendo o Tabu. Em Melhor Documentário, a Netflix também venceu duas vezes: em 2017 com Ícaro, e em 2019 com Indústria Americana.

No entanto, o maior sucesso, até agora, da plataforma na premiação é Roma, do diretor Alfonso Cuarón, que levou a categoria de Melhor Diretor. Ao todo, o longa foi indicado em nove categorias e saiu vencedor em duas delas: Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Fotografia.

A cada ano o serviço vem se consolidando e levando um número maior de produções a premiação. Em 2019, a plataforma teve seu ano com mais indicações, 24. Os responsáveis foram Klaus, Perdi Meu Corpo, Democracia em Vertigem, Indústria Americana, Dois Papas, História de um Casamento e o Irlândes.

Mesmo com recorde de indicações, a Netflix acabou levando só em duas delas: a de Melhor Atriz Coadjuvante, com Laura Dern – primeira atriz de um filme do streaming a ganhar um prêmio individual – e Indústria Americana.

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