A entrada do presidente Jair Bolsonaro no Partido Liberal (PL) provocou uma dança das cadeiras que deve se intensificar ainda mais entre março e abril de 2022, quando acontece a janela partidária, que permite aos parlamentares mudar de partido sem perder seus mandatos.
Pelo menos cinco deputados podem sair do partido por divergências com Bolsonaro até o momento: Junior Mano, do Ceará, onde é aliado dos irmãos Ciro e Cid Gomes (PDT); Fábio Abreu, do Piauí, aliado do governador petista Wellington Dias; Sérgio Toledo, de Alagoas, que já foi filiado a partidos de esquerda como PDT e PSB; Cristiano Vale, do Pará, onde prioriza a aliança com o governador Helder Barbalho (MDB), opositor de Bolsonaro; e o amazonense Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara e opositor de Bolsonaro e que já está sendo sondado por pelo menos sete partidos quando sair do PL.
Pertencente do bloco conhecido como Centrão, o PL de Valdemar Costa Neto possui hoje 43 deputados, incluindo a ministra da Secretaria de Governo Flávia Arruda, do Distrito Federal. Esse número deve aumentar com a entrada de deputados fiéis a Bolsonaro que estão em outros partidos, como Carla Zambelli, Bia Kicis e os filhos Eduardo, Flávio e Carlos Bolsonaro. No Amazonas, o deputado federal Alberto Neto e o ex-superintendente da Suframa, coronel Menezes, já confirmaram entrada no partido.
O presidente também quer levar para a legenda cinco de seus ministros: Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional), pivô do escândalo do Orçamento Secreto e possível candidato ao governo ou senado pelo Rio Grande do Norte; Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), que deve ser o candidato do presidente ao governo de São Paulo; Onyx Lorenzoni (Trabalho), candidato de Bolsonaro ao governo do Rio Grande do Sul; Marcelo Queiroga (Saúde), que estuda concorrer ao governo do estado da Paraíba; e Gilson Machado (Turismo), o qual busca pleitear o governo ou uma cadeira no senado por Pernambuco.
A dança das cadeiras no Congresso já provoca insatisfação em outros partidos do Centrão, base de apoio do governo Bolsonaro. O Republicanos, ligado a Igreja Universal, iniciou conversas com o ex-juiz Sérgio Moro, pré-candidato pelo Podemos, acendendo sinal de alerta no Palácio do Planalto.
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*Com informações de Poder 360