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Derrota nas eleições mostra perda da força política de Amazonino Mendes

Amazonino Mendes
*Lucas dos Santos – Da Redação Dia a Dia Notícia

A abertura das urnas no interior do Amazonas nesse domingo (2/10) mostrou a perda do capital político de Amazonino Mendes (Cidadania). Os votos de Itacoatiara e de grande parte dos municípios do oeste do estado garantiram a Eduardo Braga (MDB) o segundo lugar e a disputa no segundo turno contra Wilson Lima (União), por pouco mais de 46 mil votos de diferença. A não ida para o segundo turno em muitos anos mostra o esvaziamento da força política de Amazonino após 39 anos de vida pública.

O ex-governador iniciou sua carreira política em 1983, nos anos finais da ditadura militar, quando foi nomeado pelo então governador Gilberto Mestrinho (PMDB) como interventor da cidade de Manaus. Comandou a cidade por três anos, deixando o cargo em 1986 para concorrer ao governo do Amazonas.

Apoiado por Gilberto Mestrinho, Amazonino derrotou o então deputado federal Arthur Virgílio Neto (filiado ao PSB na ocasião) e tornou-se governador do Amazonas pela primeira vez. O pleito foi o primeiro a ocorrer após a ditadura, mas ainda antes da aprovação da nova constituição.

Em seu governo, Amazonino colecionou algumas polêmicas como a retirada do então prefeito de Manaus, Manoel Ribeiro (PMDB), após romper com Gilberto Mestrinho. Antes de 1988, os prefeitos das cidades eram nomeados pelo governo estadual. Amazonino indicou Alfredo Nascimento para o cargo. Outra polêmica foi a proposta de extinguir a Polícia Civil do Amazonas, que gerou mal-estar geral na instituição e até hoje é lembrada.

Foi eleito senador do Amazonas em 1990, mas ficou apenas dois anos no cargo, deixando a casa legislativa para disputar a prefeitura de Manaus em 1992. Foi eleito no segundo turno pelo extinto Partido Democrata Cristão (PDC), derrotando José Dutra (PMDB), candidato de Gilberto Mestrinho. Seu vice na época era Eduardo Braga (PDC).

Novamente após dois anos de mandato, deixou seu cargo para concorrer a outro. Disputou as eleições para o governo do Amazonas em 1994, sendo eleito no primeiro turno, tendo como vice Alfredo Nascimento. Quatro anos depois, foi reeleito ao governo do Amazonas, chegando ao seu terceiro mandato à frente do cargo.

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Primeiras derrotas e as eleições de 2022

A primeira queda de Amazonino em sua carreira política ocorreu em 2004, quando perdeu a prefeitura de Manaus para Serafim Corrêa (PSB). Dois anos depois, sofreu uma nova derrota ao disputar o governo do Amazonas contra Eduardo Braga, que foi reeleito ainda no primeiro turno.

Em 2008, disputou novamente a prefeitura de Manaus contra Serafim Corrêa, sendo vitorioso desta vez. Em 2012, ao final do mandato, afirmou que se afastaria da vida pública para cuidar de sua saúde. O ex-governador já enfrentava diversos problemas como diabetes e pressão alta.

Contudo, retornou à cena política na eleição suplementar de 2017, determinada pela Justiça Eleitoral após a cassação de José Melo (Pros). Amazonino venceu o pleito contra Eduardo Braga no segundo turno, se tornando governador do Amazonas pela quarta vez.

Nas eleições de 2018, contudo, não conseguiu se reeleger e perdeu no segundo turno para o jornalista Wilson Lima (à época no PSC). Dois anos depois, uma nova derrota: perdeu a prefeitura de Manaus para David Almeida (Avante).

Aos 82 anos e com sequelas da Covid-19, Amazonino tentou disputar mais uma vez o cargo de governador do Amazonas. Desta vez, não passou sequer para o segundo turno, que será disputado em 30 de outubro por Wilson Lima e Eduardo Braga. Os votos do interior do Amazonas, onde Amazonino já não possui mais força política, foram determinantes para sua derrota.

Ao longo de sua carreira, Amazonino Mendes esteve em nove partidos:

  • 1983-1988: Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), atual Movimento Democrático Brasileiro (MDB)
  • 1988-1993: Partido Democrata Cristão (PDC)
  • 1993-1995: Partido Progressista Reformador (PPR)
  • 1995-1996: Partido Progressista Brasileiro (PPB), atual Progressistas (PP)
  • 1996-2007: Partido da Frente Liberal (PFL), atual União Brasil (União)
  • 2007-2011: Partido Trabalhista Brasileiro (PTB)
  • 2011-2019: Partido Democrático Trabalhista (PDT)
  • 2020-2021: Podemos
  • 2022-presente: Cidadania

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