*Da Redação do Dia a Dia Notícia
O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), afirmou que toda sua viagem ao Caribe, durante o Carnaval, custou R$ 18 mil no cartão de crédito e repetiu que usou recursos próprios durante as festas no final de fevereiro. A declaração do chefe do Executivo à jornalista Cynthia Blink ocorreu um dia após o conselheiro Érico Desterro, do Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), pedir comprovação dos gastos no exterior.
O valor declarado pelo prefeito é contraditório em relação aos produtos consumidos e ao valor da hospedagem local. Um dos itens é um champanhe de marca luxuosa avaliado em, no mínimo, R$ 30 mil. David negou que tenha viajado em companhia de empresários que possuem contratos milionários com a Prefeitura de Manaus, dando a entender que o encontro na ilha de St. Maarten não passou de mera coincidência.
“É uma viagem particular que eu fiz, você está em um país distante do seu, você encontra brasileiros, vocês se cumprimentam, você encontra brasileiros da sua cidade, não tem nem porque não se cumprimentar”, disse.
Um dos empresários é Paulo Montenegro, um dos sócios da Grafisa, que possui dois contratos ativos com a gestão municipal no valor total de R$ 27 milhões. Em abril de 2024, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) contratou a empresa por R$ 8,3 milhões para fornecimento de material didático pelo período de 12 meses. Em junho, a Grafisa teve o contrato 014/2021 renovado por mais 12 meses, no valor de R$ 18,7 milhões, também para Semed, para a entrega de material gráfico pedagógico.
Outros empresários vistos no local foram Roberto de Souza Lopes, dono da Royaltech, e José Curcino Monteiro Lopes, dono da Murb, ambas empresas que mantêm contratos com a Prefeitura de Manaus.
O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) instaurou uma investigação para verificar se a viagem foi paga com dinheiro público, por meio de verbas desses fornecedores, enquanto o TCE deu cinco dias para que o prefeito preste esclarecimentos formais sobre os gastos na viagem.
A representação, protocolada pelo vereador Coronel Rosses (PL), acusa o prefeito de ter se beneficiado de “serviços e bens de alto padrão”, incluindo hospedagem de luxo, deslocamento em jatinho particular e participação em eventos privados, todos supostamente pagos por fornecedores com contratos ativos com a administração municipal.