*Da Redação Dia a Dia Notícia
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado este ano, aponta que a dinâmica do crime organizado na Amazônia ultrapassa as fronteiras territoriais do estado brasileiro tendo um caráter transnacional. Diante deste contexto, as facções de crime organizado que atuam no país enxergam a região como estratégica para a geopolítica do narcotráfico.
De acordo com a pesquisa, o interesse das facções criminosas está relacionado na busca pelo controle das principais rotas do tráfico de drogas na Amazônia. Porém, algumas facções locais compreenderam melhor os mecanismos de funcionamento das redes ilegais através da Amazônia. Dessa forma, o estado do Amazonas e do Pará são considerados como os grandes “corredores” de circulação de mercadorias ilícitas.
O Amazonas detém as mais influentes rotas do tráfico, sendo o rio Solimões e o rio Javari. A rota do Solimões se tornou palco de disputas e conflitos envolvendo pirata da região do município de Coari e membros de facções. Além de ser uma das rotas de tráfico, no Vale do Javari comunidades indígenas e ribeirinhos sofrem com ataques de garimpeiros e madeireiros contrabandistas.
Já no estado do Pará, a partir da cidade de Altamira, há uma grande área de trânsito onde os rios, estradas e aeroportos particulares são utilizados por narcotraficantes para transporte de drogas.
Desde o ano de 2018, o Norte vem sendo a região com a maior taxa de assassinatos no país, tendo relação direta com a expansão das facções organizadas. Um dos fatores que impulsiona o aumento da violência é a disputa destes grupos por controle de mercados e rotas de drogas, que inclui áreas rurais.
Nos últimos dez anos, aproximadamente 77% dos assassinatos por disputas rurais ocorreram na Amazônia, que possui apenas 24% da população do campo do país.