O grupo representa o movimento “Vidas Brasileiras”, que reúne pessoas sem vínculo partidário e pede a saída do presidente “por sua condução desastrosa no combate à pandemia da covid-19”. De acordo com levantamento da agência Pública, dos 117 pedidos de impeachment protocolados contra Bolsonaro, 64 são pedidos originais e 46 são duplicados; seis foram arquivados ou desconsiderados e outros 111 aguardam análise, o que depende do presidente da Casa, Arthur Lira, conforme a reportagem do Estadão.
O pedido elenca um série de atos do presidente que estariam violando a Constituição e configurando crime de responsabilidade, como divulgação de informações falsas; o estímulo do uso de medicamentos sem eficácia para tratar a Covid-19, como a cloroquina e a ivermectina; e a determinação do aumento de produção de hidroxicloroquina no laboratório do Exército.
O grupo cita ainda as aglomerações provocadas pelo presidente, o desestímulo do uso de máscaras e de medidas como a quarentena e o distanciamento social e o fato de Bolsonaro ter minimizado a importância da vacina.
“Não aguentamos mais assistir calados e passivos a essa escalada de mortes por Covid, resultado das omissões e da má gestão de saúde desse governo”, diz a atriz Julia Lemmertz, também signatária do pedido.
“A expectativa dos integrantes do movimento é mobilizar a sociedade civil em favor de uma pressão positiva para que este não seja mais um pedido de impeachment ignorado pelo presidente da Câmara”, diz o movimento, em nota.
No domingo, o presidente participou de um ato com milhares de apoiadores aglomerados no Rio de Janeiro. Acompanhado pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e por pelo menos mais dez apoiadores – todos eles sem máscaras e sobre um carro de som apertado – o presidente discursou criticando prefeitos e governadores que decretaram confinamento durante a pandemia e afirmou que jamais colocará o Exército, que chamou de seu, nas ruas para fazer lockdown.
No mês passado, Lira disse que 100% dos pedidos de impeachment apresentados até então contra Bolsonaro desde o primeiro ano de governo são “inúteis” para o que foram propostos. Em resposta a um pedido do deputado Henrique Fontana (PT-RS), o presidente da Câmara respondeu:
“Não cabe a esta Casa, neste momento, instabilizar (sic) uma situação por conveniência política de A ou de B. O tempo é o da Constituição, na conveniência e na oportunidade. Os pedidos de impeachment, em 100%, não 95%, em 100% dos que já analisei são inúteis para o que entraram e para o que solicitaram”.
Quem são os famosos que assinam pedido de impeachment contra Bolsonaro:
1- Ailton Krenak, escritor e líder indígena
2- Chico César, cantor e compositor
3- Cristina Serra, jornalista e escritora
4- Fábio Porchat, ator
5- Felipe Neto, comunicador digital e youtuber
6- Hermes Fernandes, pastor evangélico
7- Julia Lemmertz, atriz
8-Júlio Lancellotti, padre
9- Ligia Bahia, médica sanitarista
10- Marcelo Gleiser, cientista
11- Raduan Nassar, escritor
12- Vanderson Rocha, médico (hematologia e terapia celular)
13- Verônica Brasil, enfermeira
14- Walter Casagrande, comentarista esportivo
15- Xuxa Meneghel, apresentadora