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PF diz que produtos de empresa de Renato Cariani abasteciam rede do PCC

Foto: Reprodução/Instagram

*Da Redação Dia a Dia Notícia

O suposto esquema de desvio de produtos químicos ligado a Renato Cariani, influenciador com mais de sete milhões de seguidores nas redes sociais, abastecia uma rede criminosa de tráfico de drogas internacional comandada por criminosos do PCC, segundo a Polícia Federal. As informações foram divulgadas pela Folha de S. Paulo.

O principal elo entre Cariani e a facção seria, segundo a investigação, Fábio Spinola Mota, apontado como membro PCC e preso no início deste ano em outra operação da PF, a Operação Downfall, que investigou esquema de “tráfico internacional e interestadual de drogas, com diversas ramificações no país”.

Durante essa outra investigação, a cargo do núcleo da PF do Paraná, em abril, foram realizadas prisões, apreensão de cerca de 5,2 toneladas de cocaína e bloqueio de bens estimados em R$ 1 bilhão.

Mota, que ficou preso até o mês passado, foi um dos alvos da operação da PF de São Paulo, a Hinsberg, além do próprio Cariani e de Roseli Dorth, a sócia do influenciador em uma empresa para venda de produtos químicos, a Anidrol Produtos para Laboratórios Ltda., em Diadema.

A polícia chegou a pedir a prisão deles, o que foi negado pela Justiça. Na casa de Mota, os policiais encontraram R$ 100 mil em espécie.

A hipótese da polícia é que parte do material adquirido legalmente pela Anidrol, compra rigidamente controlada pela PF, era desviada para a produção de cocaína e crack. Para justificar a saída dos produtos, eram emitidas notas fiscais falsas e depósitos em nome de laranjas, usando indevidamente o nome da multinacional AstraZeneca.

De acordo com a investigação, foram desviadas cerca de 12 toneladas de produtos como acetona, éter etílico, ácido clorídrico, cloridrato de lidocaína, manitol e fenacetina, substâncias utilizadas para transformar a pasta base de cocaína em pó (cocaína) ou em pedras (crack).

A estimativa da PF que o esquema de desvios de produtos possa ter rendido ao grupo valores superiores a R$ 6 milhões. Na operação do Paraná, Mota era suspeito de lavagem de dinheiro de integrantes do PCC.

A investigação tem o recorte tempo de 2016 a 2020. De acordo com a polícia, novas fases devem ser desencadeadas.

O influenciador e outros suspeitos devem ser denunciados sob acusação de tráfico equiparado e associação para fins de tráfico, bem como pelo crime de lavagem de dinheiro. As penas podem ultrapassar 35 anos de reclusão.

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