*Da Redação do Dia a Dia Notícia
Em feito inédito, duas mulheres trans ocuparão cadeiras na Câmara dos Deputados, em Brasília, a partir de 2023. Erika Hilton (PSOL-SP) e Duda Salabert (PDT-MG) se tornaram nesse domingo (2) as primeiras parlamentares transgênero da história do Congresso Nacional.
As eleições 2022 bateram o recorde de candidaturas trans pelo país: ao todo foram 80 candidaturas, sendo 38 federais e 42 estaduais, segundo levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
Erika, de 26 anos, entrou na política em 2018, quando fez parte da Bancada Ativista, primeiro mandato coletivo eleito na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Na época, atuava ao lado de nove outras filiadas do PSOL e da Rede. Ela conquistou 256.902 votos em 2022.
No pleito de 2020, a parlamentar decidiu disputar de forma individual uma vaga na Câmara Municipal da capital paulista, e recebeu 50.508 votos. O total rendeu a ela o título de vereadora mais votada de São Paulo – a décima com mais eleitores em todo o país. Erika foi também a primeira vereadora trans da cidade.
Já Duda, com 41 anos, se lançou na política em 2018, quando buscou uma vaga no Senado Federal. Embora não tenha sido eleita, na época filiada ao PSOL, a professora fez história por ter sido a primeira pessoa trans a participar da disputa para uma vaga do tipo.
“Foi uma vitória dos direitos humanos. Fazemos parte de um país em que 90% das travestis e transexuais estão na prostituição. Isso já mostra que nunca fomos pauta de política pública da esquerda, da direita, do centro. Ter essa vitória é forma de alargar a democracia”, disse Duda. Ela avaliou que mesmo o Congresso ter reforçado candidaturas conservadores, não apaga vitórias indígenas e candidaturas trans que “dão nova cor e novo tom no modo de construir política“, disse Duda após a vitória.
Em 2020, decidiu apostar numa vaga para a Câmara dos Vereadores da capital mineira. A professora não apenas foi eleita a primeira parlamentar trans belo-horizontina, como se tornou na época a vereadora mais bem votada da cidade, com 37.500 eleitores – quase 12% do total dos votos. Ela foi a terceira candidata mais votada do estado, e a primeira mulher, com 208.332 votos.
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