O ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (PSDB) criticou o decreto assinado nessa segunda-feira (14/02) pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) que instituiu o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Mineração Artesanal e em Pequena Escala (Pró-Mapa).
“Estamos vendo ataques sistemáticos à Amazônia, um dos biomas mais importantes do mundo… destroem a floresta, os rios e dizimam seus povos. Não existe mineração artesanal e muito menos garimpo sustentável. É alarmante e revoltante os rumos que as políticas ambientais do Brasil têm tomado neste governo que aí está. É crime de lesa pátria, crime contra a humanidade”, afirmou Arthur.
O tucano comparou as sucessivas medidas federais a favor do garimpo como “claras intenções de fazer da Amazônia uma Serra Pelada”. O presidente da regional amazonense do PSDB tem colocado a questão ambiental em pauta nas discussões políticas desde as prévias do partido.
“A invasão de mais de 600 balsas no rio Madeira parece atividade artesanal? Esse decreto não passa de uma tentativa leviana de legalizar aquilo que é ilegal de todas as formas. O garimpo é uma atividade poluidora, sonegadora de impostos, recheada de crimes contra o meio ambiente e as pessoas, incluindo o ataque aos indígenas e a violência instaurada entre os próprios garimpeiros”, denunciou.
De acordo com estudo do MapBiomas, publicado no ano passado, 93,7% dos garimpos estão concentrados na Amazônia e, somente em 2020, três em cada quatro hectares minerados no país estavam na região, sendo que metade dessas áreas mineradas estão dentro de unidades de conservação e em terras indígenas. Já segundo o Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, de 2015 a 2020, foram mais de 200 toneladas de ouro extraídas ilegalmente no Brasil.
