*Da Redação – Dia a Dia Notícia
Em novas imagens disponibilizadas pelos pais de um menino, de 4 anos, diagnosticado com espectro autismo, denunciou que a terapeuta ocupacional Samia Patricia Riatto Watanabe agia com consentimento de outra funcionária da clínica Speciale no crime de maus-tratos, que não foi identificada até o fechamento da matéria. O crime foi denunciado pelos pais da criança ao 22º Distrito Integrado de Polícia, após descobrirem as agressões ao assistirem aos vídeos gravados pelas câmeras de segurança do local.
No vídeo é possível ver Samia e a outra funcionária junto com a criança e em dado momento a colaboradora da clínica segura a criança pelo braço e empurra com força. Após a criança se mexer para pegar algum objeto que estava na mesa, a funcionária segura a criança e a empurra para que ela sente na cadeira e com as duas mãos gira a cabeça do menino. No segundo vídeo, a funcionária segura a criança com a mão pelo pescoço.
A equipe de reportagem entrou em contato com a clínica para saber a versão do local, mas até o fechamento da matéria não houve retorno por parte dos responsáveis.
Sessões
Em entrevista ao portal, o pai da criança disse que o filho fez 53 sessões com a Samia, de dezembro de 2020 a julho deste ano, e que durante esse período não houve nenhuma evolução no tratamento do menino e ela não realizava nenhum tipo de intervenção terapêutica. “Ao comparar o trabalho dela com de outro profissional que também acompanhou o nosso filho, observamos uma evolução maior, inclusive no comportamento”, contou, acrescentando que a terapeuta também demorava para apresentar o relatório de desenvolvimento da criança e que as sessões não tinham resultados. Nos vídeos, Samia ainda roubava o lanche da criança, que na época tinha 3 anos.
“Queremos que essa pessoa não fique impune, que ela pague pelo que ela faz com pessoas que não podem se defender. Ainda estamos muito chocados”, relata.
Depoimento
Em depoimento à PC, a terapeuta negou as agressões e denúncia de maus-tratos e disse que a “batida na cabeça”, denunciada em vídeo anterior, e os puxões tratam-se de um método chamado propriocepção e reforço sensório social, que fazem parte do tratamento. Ela também disse em depoimento que em momento algum deixou o menor sem atenção.
Crefito12
Na última quarta-feira (6), o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 12ª Região (Crefito-12) divulgou em nota e afirmou que já havia recebido a denúncia referente ao caso e que estava tomando todas a medida cabíveis. E que além disso, se solidariza com a família da vítima, reafirmando o seu compromisso com a lei e o bom exercício das profissões. Samia não é fisioterapeuta, ela é terapeuta ocupacional.
Manifestação
Na manhã dessa sexta-feira (8), mães e pais de crianças com autismo se reuniram em frente do 22º DIP, o qual pediram por justiça e pela prisão de Samia, acusada de cometer crimes de maus-tratos. O jornalista Ari Motta, avô de uma criança que realizava tratamento junto à médica, relatou em entrevista ao Dia a Dia Notícia que não foi apenas um caso isolado, e que o primeiro caso exposto no dia 3 de outubro foi apenas a ponta do ‘iceberg’. “Ela agredia todas as crianças que faziam fisioterapia com ela, o meu neto passou um ano lá, um ano nessa clínica e essa mulher já veio com outros processos, e a clínica deveria ter visto isso”, relatou.
Além disso, o avô afirma ainda que os familiares e as crianças não estão recebendo nenhum tipo de apoio da clínica onde a profissional realizava seus atendimentos. “Hoje declararam que tem psicólogo acompanhando o meu neto e os filhos desses pais que tem filhos autistas, mas não tem nada disso, não tem psicólogo, não tem nada, ela (dona da clínica) botou uma advogada na frente para responder por ela e acabou”.