*Da Redação Dia a Dia Notícia
A Suprema Corte de Justiça da Argentina negou, nesta terça-feira (10), o último recurso da ex-presidente Cristina Kirchner, ratificando uma condenação de seis anos de prisão por corrupção. A decisão põe fim a um longo processo judicial e, na prática, remove a imunidade que mantinha a ex-chefe de Estado em liberdade, tornando sua prisão iminente.
A notícia, que repercutiu rapidamente em todo o país, gerou uma onda de mobilizações por parte dos apoiadores da ex-presidente, com relatos de bloqueios em importantes vias de acesso a Buenos Aires. A condenação de Kirchner, que governou a Argentina por dois mandatos (2007-2015) e atuou como vice-presidente (2019-2023), foi confirmada em instâncias anteriores.
O processo em questão refere-se a um esquema de favorecimento a uma empreiteira da província de Santa Cruz, berço político da família Kirchner. A acusação aponta que a ex-presidente liderou uma organização criminosa, causando um prejuízo estimado em US$ 1 bilhão aos cofres públicos por meio de licitações fraudulentas entre 2003 e 2015.
A gravidade da situação se acentua ao considerar as implicações políticas da decisão. A menos de três meses das eleições legislativas de setembro, a inelegibilidade de Cristina Kirchner, que havia manifestado a intenção de concorrer a uma vaga como deputada por Buenos Aires, altera o panorama eleitoral argentino. A ex-presidente, que recebeu a notícia na sede do Partido Justicialista sob o apoio de dezenas de militantes, sempre negou as acusações, classificando o processo como uma perseguição política e uma atuação judicial, que agia como um “pelotão de fuzilamento”.
Com mais de 70 anos, Kirchner ainda possui o direito de solicitar a conversão da pena para prisão domiciliar, um fator que poderá ser determinante nos próximos passos legais.