Search
booked.net
Search
Close this search box.

Sem demanda turística, indígenas da aldeia do Tupé amargam prejuízos

Líder espiritual, pajé José Maria Diákuru diz que a mudança na rota turística trouxe prejuízos à aldeia. (Ricardo Oliveira/ Revista Cenarium)

*Revista Cenarium

Mesmo de posse da autorização para o recebimento de turistas, a aldeia Tupé, lar dos índios das etnias dessana, ticuna, tucano e tuyuka, localizada à margem esquerda do Rio Negro, amarga a falta de demanda turística. Desde que recebeu a validação para o retorno das atividades, com medidas de proteção em função da Covid-19, no início da segunda quinzena de agosto, a aldeia vem recebendo pequenos grupos de turistas, número bem inferior ao fluxo de ‘gringos’ que visitou o local antes da pandemia.

O cacique José Maria Diákuru acredita que a baixa procura se deve à mudança no roteiro dos pacotes turísticos das agências, que direciona o trajeto para outras localidades da região do Tupé, deixando a comunidade indígena sem demanda.

“Se não bastasse a pandemia, agora estamos enfrentando esse outro problema, os turistas estão sendo levados para outros pontos até mais distantes, pois preferem os flutuantes onde aparecem botos”, comentou.

Diákuru diz ainda que as famílias indígenas estão se mantendo com doações. “Devido à falta de turistas, o comércio de artesanato na aldeia enfraqueceu e, hoje, contamos com doações voluntárias”, lamentou o indígena.

A aldeia Tupé é um dos destinos mais comuns para quem visita Manaus. Distante a 25 quilômetros da capital amazonense, a localidade está dentro de umas das maiores áreas de selva preservadas do Amazonas.

A atividade turística desenvolvida pelos indígenas residentes na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Tupé foi regulamentada em julho do ano passado, com regras estipuladas pela Prefeitura de Manaus, por meio do Conselho Deliberativo da RDS, formado por representantes das seis comunidades que integram a reserva, incluindo núcleos indígenas e órgãos como a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Fundação Municipal de Cultura Turismo e Eventos (Manauscult), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).

Apresentações de danças tradicionais faziam parte da rotina da aldeia do Tupé. (Reprodução/Revista Cenarium)

Desde a regulamentação, somente as operadoras que tenham cadastro de prestadores de serviços turísticos (Cadastur) do Ministério do Turismo e autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), órgão gestor da RDS do Tupé, podem levar turistas à RDS.

O Tupé é a primeira unidade de conservação do mosaico do Baixo Rio Negro a regulamentar a atividade turística indígena

 

Entre no nosso Grupo no WhatsApp

Antes de ir, que tal se atualizar com as notícias mais importantes do dia? Acesse o WhatsApp do Portal Dia a Dia Notícia e acompanhe o que está acontecendo no Amazonas e no mundo com apenas um clique

Você pode escolher qualquer um dos grupos, se um grupo tiver cheio, escolha outro grupo.