A secretária de Comunicação do Governo do Amazonas, jornalista Daniela Assayag, negou, durante entrevista na tarde desta quarta-feira, dia 1º, envolvimento do seu marido, o médico Luiz Carlos Avelino Jr. apontado como sócio na empresa Sonoar Equipamentos, no esquema de superfaturamento de respiradores pulmonares comprados pelo Governo do Amazonas no início na pandemia.
A jornalistas alegou que seu nome estaria sendo usado para tentar atacar o governador do Amazonas Wilson Lima e se dispôs a entregar conta bancária e o que for necessário para investigação.
Questionada sobre a participação de seu marido na empresa Sonoar, Daniela disse que Avelino iniciou uma negociação para entrar na sociedade da empresa, mas desfez o negócio antes da conclusão. “Ele fechou um contrato em dezembro de 2019, mas chegou a pagar apenas uma parcela. Quando soube, lá pelo dia 20 de abril, sobre o caso da compra dos respiradores, desistiu da compra de metade da empresa”, afirmou ela.
A CPI da Saúde apontou que Avelino Jr possui 50% das cotas societárias da Sonoar Equipamentos e a outra sócia da empresa, Renata Dias Mansur Silva, está presa em São Paulo.
O ex-secretário de Saúde Rodrigo Tobias, em depoimento à CPI, denunciou que Daniela participou de reunião que negociou a compra de respiradores.
Nas investigações, a CPI apontou ainda que a empresa Sonoar vendeu os respiradores por quase R$ 2,5 milhões à loja de vinhos, responsável por revender ao Estado, e que lucrou quase R$ 1,5 milhão na transação que resultou na operação ‘Sangria’.
Na entrevista, Daniela afirmou que o médico chegou a assinar um documento dizendo que estava interessado na negociação mas não foi concretizado. A secretária apresentou ainda durante a coletiva, documentos que comprovariam o rompimento de contrato do marido com a empresa citada.
“Não defendi empresa que seja, quem quer que seja. Não vou deixar que as pessoas utilizem a minha imagem para atingir o governo”, disse a secretária.
Participação em reunião
Sobre a acusação de ter participação, com interesse, de uma reunião interna, no dia 3 de abril, na Secretaria de Saúde do Amazonas para tratar sobre compra de respiradores, ela afirmou que estava lá como parte de seu trabalho de secretária de Comunicação.
“Não houve um interesse meu, eu não sabia que isso estava sendo feito. Nessa reunião não foi tratado nome de empresa e sim direcionamento. Nessa reunião foi tratado única e exclusivamente compra de respiradores, não desses de maneira específica”, disse que também sugeriu abrir seu sigilo bancário para mostrar que não recebeu dinheiro da negociação.