*Da Redação do Dia a Dia Notícia
O cenário do samba brasileiro se despede de um de seus talentos: Paulo Juvêncio de Melo Israel, carinhosamente conhecido como Paulo Onça, aos 63 anos. O sambista amazonense faleceu, nesta segunda-feira (26), em Manaus, após permanecer hospitalizado por mais de cinco meses. Ele lutava pela vida desde que foi brutalmente agredido após um incidente de trânsito na capital, ocorrido em dezembro do ano passado.
Paulo Onça era uma figura respeitada no universo do samba, notável por suas composições para a renomada escola de samba Grande Rio e por suas diversas colaborações com ícones da música brasileira, como Jorge Aragão e Zeca Pagodinho.
A agressão que o vitimou ocorreu após uma colisão veicular na Rua Major Gabriel, no bairro Praça 14, Zona Sul de Manaus. O comerciante Adeilson Duque Fonseca foi identificado como o autor da violência que deixou Paulo Onça em estado grave, necessitando de intervenção cirúrgica imediata. A confirmação do falecimento do sambista foi feita por seu advogado, Ezaquiel Leandro, à Rede Amazônica na tarde desta segunda-feira.
Legado no Samba:
Natural de Manaus, Paulo Onça trilhou seu caminho na música desde os 16 anos. Em 1990, alcançou reconhecimento ao compor o samba-enredo “Nem Verde e Nem Rosa” para a Escola de Samba Vitória Régia, que não apenas consagrou a agremiação como campeã, mas também se tornou um hino do carnaval local.
Sua trajetória o levou a marcar história no Rio de Janeiro em 1998, quando, em parceria com Quinho e Mestre Louro, conquistou o 7º lugar no Carnaval carioca com um samba-enredo sobre Parintins para o Salgueiro.
Em 2017, Paulo Onça firmou seu nome como compositor da Grande Rio ao lado de Kaká, Alan Vasconcelos, Dinho Artigliri, Rubem Gordinho e Marco Moreno, assinando o samba-enredo em homenagem à cantora Ivete Sangalo, consolidando sua presença como um concorrente frequente na escola de Caxias.
Além de suas contribuições para escolas de samba, suas composições ganharam vida nas vozes de grandes artistas como Zeca Pagodinho, Jorge Aragão e o grupo Exaltasamba, tornando-se verdadeiros clássicos do gênero.
Violência Após Acidente:
A agressão que resultou na morte de Paulo Onça ocorreu, na madrugada do dia 5 de dezembro, na Rua Major Gabriel, após um acidente de trânsito. Segundo relatos de familiares, o outro motorista envolvido na colisão atacou fisicamente o sambista. A perda de Paulo Onça deixa uma lacuna significativa no cenário musical brasileiro e na comunidade do samba manauara.