*Da Redação Dia a Dia Notícia
O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) foi tornado réu pela Justiça Federal do Pará sob a suspeita de liderar uma organização criminosa que atuava no desvio de madeira. A ação é relativa à sua gestão enquanto ministro do Meio Ambiente durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). A decisão judicial também afeta o ex-presidente do Ibama, Eduardo Bim, e outros servidores que atuaram em órgãos ambientais durante o governo Bolsonaro.
O relatório da Justiça Federal afirma que o grupo emitia “certidões e ofícios em desacordo com as orientações técnicas da equipe da instituição, com o fito de liberar madeira apreendida nos Estados Unidos”.
O documento também afirma que Ricardo Salles e Eduardo Bim emitiram os atos normativos “para dar ares de legalidade às exportações de madeira em desacordo com as instruções normativas vigentes”. A atuação do então ministro, segundo o relatório, passava por nomear servidores que representariam interesses escusos e exonerar quem tentasse combater a exportação ilegal.
Os dois chegaram a ser alvo de busca e apreensão da Polícia Federal (PF) em 2021 em uma operação contra crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando que teriam sido praticados por agentes e empresários do ramo da madeira.
Em meio ao escândalo, Salles pediu demissão do Ministério do Meio Ambiente.
Procurado pelo jornal Folha de S Paulo, o deputado classificou a denúncia como absurda, que ela “ignora as provas e testemunhos colhidos pela PF no inquérito” e que tem certeza que “o Judiciário vai recolocar as coisas no seu devido lugar”. Eduardo Bim não respondeu à reportagem.