*Da Redação Dia a Dia Notícia
Ao assumir a Presidência do Peru em dezembro de 2022, Dina Boluarte entrou para a história como a primeira mulher a liderar o país, com o compromisso de combater a corrupção e restaurar a estabilidade política. No entanto, seu governo foi marcado por fortes protestos e denúncias de repressão, se encerrando na última quinta-feira (9), quando o Congresso aprovou sua destituição por “incapacidade moral permanente” diante do avanço do crime organizado.
Quase três anos após ter assumido o comando do Peru com a queda de Pedro Castillo, Dina Boluarte deixa o cargo sob o peso de diversas investigações judiciais e de uma rejeição popular de 93%, segundo pesquisa da Datum Internacional. Seu governo chega ao fim em meio a um cenário de corrupção, violência crescente e desconfiança generalizada nas instituições públicas.
A destituição de Boluarte representa mais um capítulo da instabilidade política peruana, que já contabiliza seis presidentes em apenas sete anos.
Nascida em Chalhuanca, região de maioria indígena no centro-sul do país, Dina Ercilia Boluarte Zegarra sempre destacou suas origens rurais como parte fundamental de sua trajetória política, um elo que a aproximou de eleitores indígenas e populares durante a campanha em que foi eleita vice-presidente na chapa de Pedro Castillo, em 2021.
Antes da vida política, atuou como advogada e servidora pública no Registro Nacional de Identificação e Estado Civil (Reniec), onde exerceu funções administrativas e de chefia. Em 2018, tentou a carreira política ao disputar a prefeitura de Surquillo pelo partido Peru Libre, de orientação marxista-leninista.
Sua ascensão ao poder ocorreu em dezembro de 2022, após a tentativa frustrada de Pedro Castillo de dissolver o Congresso, ato considerado inconstitucional e que levou à sua prisão, abrindo caminho para Boluarte se tornar a primeira mulher presidente do Peru.
