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Quantos livros escritos por mulheres você leu no último ano?

No mobilizador “O riso da medusa”, ensaio referencial para o feminismo escrito por Helène Cixous em 1975, a autora defende a ideia urgente e necessária de as mulheres imprimirem suas marcas na língua escrita e oral. Segundo ela:

 

“É preciso que a mulher se escreva: que a mulher escreva sobre a mulher, e que faça as mulheres virem à escrita, da qual elas foram afastadas tão violentamente quanto o foram de seus corpos; pelas mesmas razões, pela mesma lei, com o mesmo objetivo mortal. É preciso que a mulher se coloque no texto – como no mundo, e na história -, por seu próprio movimento.”

 

Neste dia 8 de março, deixo aqui a reflexão para que você olhe para sua estante e veja quantos livros foram escritos por mulheres. E quantos deles você leu no último ano. São gestos como esse, de valorização e reconhecimento do trabalho feminino, que fazem diferença no todo. Ouçam as mulheres, acreditem nas mulheres, consumam, paguem e divulguem o trabalho de mulheres.

 

Para ajudar nessa gostosa tarefa, listo oito livros absolutamente incríveis escritos só por mulheres.

 

Eu tenho um nome, de Chanel Miller

Relato impressionante da autora, que sofreu um estupro no campus da Universidade de Stanford durante uma festa. O estuprador, Brock Turner, atleta da instituição, mesmo sendo pego em flagrante foi condenado a apenas seis meses de prisão. Neste livro, Chanel Müller reivindica a própria identidade para contar sua história. Um texto duro sobre coragem, sofrimento, resiliência e as falhas do sistema judiciário em qualquer lugar do mundo.

 

Falso espelho, de Jia Tolentino

Nove ensaios sobre cultura e mundo digital escritos por uma das vozes mais incríveis de sua geração. Os primórdios dos realities shows, a autoilusão das redes sociais, a relação das mulheres com exercício físico e autoimagem e a crítica à cultura que gira em torno do eu. Destaque total para o capítulo quatro, sobre as heroínas na literatura.

 

Suíte Tóquio, de Giovana Madalosso

Romance que narra o sequestro de uma criança por sua babá — personagem incrível —   em meio a vida caótica da grande São Paulo. Os pais, em crise conjugal, demoram a perceber o sumiço da filha e se veem obrigados a unir forças para conseguir encontrá-la. A obra mistura drama, humor e ironia em uma história sobre escolhas, consequências e arrependimentos.

 

A vida mentirosa dos adultos, de Elena Ferrante

Romance inédito, escrito após a tetralogia Napolitana, Ferrante nos apresenta Giovanna, com 12 anos, que, dois anos antes de abandonar a família, ouve o pai sussurrando para a esposa que a filha é feia, igual à irmã dele, uma tia renegada da família. A partir da ideia dessa feiura estética, que se mistura também a uma possível falta de caráter, Giovanna resolve conhecer essa tia Vittoria. Os encontros são ponto de partida para inúmeras questões existenciais nessa transição complexa entre a infância e a adolescência. Tudo isso tendo como pano de fundo Nápoles, uma cidade que assim como Giovanna, também está dividida.

Empoderamento, de Joice Berth

São 175 páginas lúcidas que refletem sobre o que é empoderamento, a origem do termo, sua apropriação pelo mercado e consequentemente esvaziamento e despolitização do conceito mais profundo, reduzindo-o a mera expressão das liberdades individuais. Fica muito bem explicado que ninguém empodera ninguém, e que o empoderamento de verdade é sobre questionar padrões estabelecidos e não romper individualmente com algo que você não acredita. Daquelas pequenas leituras que transformam tudo.

 

Uma lei para a história, de Simone Veil

Íntegra do discurso de Simone Veil, então ministra da Saúde da França, na Assembleia Nacional Francesa em novembro de 1974. No texto ela coloca em votação a legalização do aborto no país, que naquela época obrigava cerca de trezentas mil mulheres a procurarem saídas clandestinas, humilhantes e perigosas para interromper a gravidez. Simone enfrentou uma dura oposição e garantiu esse importante direito às mulheres na França.

*

Nós, mulheres, de Rosa Montero

Da mesma autora de “A ridícula ideia de nunca mais te ver” (que eu amo e sempre retomo aqui), Rosa Montero convida os leitores a uma viagem pela história de mulheres que marcaram o mundo. Um livro que reivindica o papel e a importância delas nos principais avanços da humanidade. Uma antologia universal importante que reúne figuras célebres e protagonistas ainda não conhecidas nas ciências, nas artes, na política e nos costumes.

 

Identidade, de Nella Larsen

Neste clássico da literatura norte-americana vamos conhecer duas amigas de infância que se reencontram em Chicago depois de muitos anos. Ambas cresceram na mesma vizinhança e tem algo em comum: são negras de pele clara, o que as permitiria a passarem por brancas. Quando uma delas revela que foi essa sua escolha, além de se casar com um branco racista, várias questões sobre origens, passabilidade e preconceito passam a ser levantadas entre as amigas.

  • Heloiza Daou é movida a palavra e um pouco obsessiva. É diretora de marketing na Intrínseca, e também mãe do Tomás e da Cora, o job mais insano e amado da vida.

 

 

 

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