*Da Redação do Dia a Dia Notícia
“Saber que uma obra minha está indo para tão longe é uma felicidade enorme pela conquista e um orgulho imenso pela trajetória que estou construindo”. Essa declaração é de Inácio Paiva, artista plástico de Parintins, ao comentar sobre suas obras que foram entregues ao presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, durante sua recente visita ao Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+). Ao lado de Igor Viana, Paiva criou os quadros que agora adornarão o escritório de Goldfajn em Washington, conforme o presidente do BID expressou com grande entusiasmo.
As obras de Paiva e Viana capturam a essência da ilha Tupinambarana, refletindo a rica fauna e flora amazônica e os modos de vida da população ribeirinha. Em particular, dois quadros que retratam barcos regionais, um azul e um vermelho, foram escolhidos para simbolizar os bois de Parintins, Caprichoso e Garantido. Esses detalhes chamaram a atenção de Goldfajn, destacando a profundidade cultural e artística das peças.
Inácio Paiva, criador de três das quatro obras presenteadas ao presidente do BID, incluindo a que retrata o barco azul com a inscrição “Parintins”, tem uma história inspiradora. Nascido em uma família humilde na comunidade ribeirinha de Bom Socorro do Zé Açu, a 14 quilômetros da sede de Parintins e acessível apenas por barco, Paiva enfrentou muitos desafios para seguir sua paixão pela arte. Ele estudou artes plásticas no Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro de Parintins, apesar das dificuldades logísticas. “Vim do interior, de uma comunidade distante, com pouco acesso à arte. Tinha que viajar até Parintins para estudar. Ver minhas obras alcançando outros continentes é uma honra imensa,” compartilha Paiva.
Igor Viana, cujas obras também foram destacadas por Goldfajn, narra a inspiração por trás do quadro do barco vermelho. Ele conta que a cena foi capturada durante sua visita à comunidade do Canarinho, onde liderou um projeto que oferecia cursos de desenho, pintura e oficinas. “Vi o barco partindo para buscar os alunos das redondezas para os cursos. A logística e a determinação das pessoas me impactaram profundamente, e decidi pintar essa cena,” explica Viana.
Viana expressou sua emoção por ver suas obras ganhando visibilidade internacional. “Estou muito feliz por ter uma obra minha exposta fora do país. Já tive peças indo para outros estados do Brasil, mas essa é a primeira vez que uma obra minha vai para o exterior,” relata com entusiasmo.
