Os confrontos ocorreram em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados, onde a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) iria analisar o PL. A sessão foi suspensa logo após a confusão.
De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, o confronto ocorreu por volta do meio-dia, logo após os manifestantes tentarem entrar no prédio da Câmara. Os seguranças da Casa acionaram então a PM.
Segundo informou a Polícia a CartaCapital, os indígenas teriam “atacado flechas e ferido um policial no pé, que foi atendido e passa bem”. Ainda de acordo com a PM, não há informação de indígenas feridos na ação.
Os vídeos que circulam nas redes sociais, porém, mostram os manifestantes correndo enquanto eram atacados com tiros e bombas de efeito moral. Nas imagens, é possível ver indígenas feridos e sendo arrastados para longe do confronto. Ainda não há confirmação de quantos fora atingidos.
“Mesmo com indígenas feridos, os policiais seguem com os disparos”, destacou o Conselho Indigenista Missionário, o Cimi, ao compartilhar as imagens nas redes sociais.
O perfil do PSOL na Câmara, pelo Twitter, também compartilhou imagens de indígenas correndo das bombas durante o ataque.
Segundo informou a PM, “a situação já foi controlada”, mas o Batalhão de Choque segue no local, próximo aos manifestantes.
PL 490
O PL 490/2007 representa um verdadeiro retrocesso na demarcação de terras indígenas no Brasil e na liberação da mineração nesses territórios. O projeto estava na pauta desta terça-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara.
A proposta altera o Estatuto do Índio, transferindo para o Congresso o poder de demarcar terras indígenas, hoje responsabilidade da União. A proposta também dá aos deputados poder para ‘corrigir’ demarcações já homologadas e mudar os parâmetros e critérios do procedimento de demarcação. Abre caminho ainda para a exploração de recursos minerais nesses territórios.