O Senado dos Estados Unidos iniciou hoje o julgamento do segundo processo de impeachment contra o ex-presidente Donald Trump, acusado de incitação à insurreição no caso da invasão ao prédio do Capitólio, sede do Congresso americano, em 6 de janeiro, que deixou cinco mortos.
Trump é o primeiro presidente dos EUA a ser submetido a dois julgamentos como este, após ter sido absolvido em 2020 das acusações de abuso de poder. O republicano também é o primeiro a ser processado depois de ter deixado o cargo, conforme a reportagem do Estadão.
O julgamento teve início às 13h (15h, no horário de Brasília), após um pedido solene de silêncio no plenário.
“É nosso solene dever constitucional realizar um julgamento político que seja justo e honesto com as acusações contra o ex-presidente Trump, que são as acusações mais graves já atribuídas a um presidente dos EUA em toda a história”, disse o líder da maioria democrata, Chuck Schumer.
A defesa afirma que o processo é um “ato político” e “inconstitucional” pelo fato de Trump não estar mais na Casa Branca, enquanto a oposição qualifica o republicano como “ameaça à democracia”.
Com 50 votos no Senado, os democratas precisarão atrair o apoio de pelo menos 17 dos 50 republicanos na Casa para alcançar o mínimo necessário de 67 para condenar Trump. Se isso acontecer, o ex-presidente pode perder seus direitos políticos e ficar inelegível para 2024.
Este é o quarto processo de impeachment da história dos EUA, e todos os três anteriores terminaram com absolvição.
Etapas
Os partidos Republicano e Democrata fizeram um acordo para iniciar o processo com um debate de até quatro horas sobre a constitucionalidade de se julgar um ex-presidente no Senado. A partir de amanhã, defesa e acusação terão até 16 horas — distribuídas por dois dias — cada para apresentar seus argumentos.
Na sequência, os senadores farão perguntas para as duas equipes, e uma votação por maioria simples decidirá sobre a eventual convocação de testemunhas — o próprio Trump já rejeitou um convite para depor. A expectativa é de que o julgamento termine na semana que vem.
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou ontem que o presidente Joe Biden prefere deixar a decisão para o Senado, evitando dizer se Trump deve ser condenado ou não.