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Pessoas LGBT+ negras relatam agressões frequentes nas redes sociais

Foto: Douglas Lopes/Divulgação
*Da Redação Dia a Dia Notícia

“Eles só pegam aquilo que historicamente o Brasil criou das nossas imagens e produzem fake news contra a gente”. A percepção foi um dos relatos registrados por uma pesquisa que ouviu pessoas LGBTQIA+ negras do Rio de Janeiro sobre o ecossistema de informação em que estavam inseridas, nas redes e fora delas, antes e depois da disputa eleitoral de 2022. O resultado aponta uma frequência elevada de agressão por discurso de ódio, especialmente na internet, canal considerado a principal fonte de informação por 74% dos entrevistados.

O estudo foi realizado pelo Data_Labe, um laboratório de dados do Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro. Em entrevista à Agência Brasil, o antropólogo e coordenador do trabalho, Flávio Rocha, explica que a exposição ao discurso de ódio afeta a saúde mental, causa medo e faz com que essas pessoas temam inclusive exercer sua cidadania.

“Uma das narrativas mais emblemáticas era de uma pessoa que, durante o período eleitoral, disse que tinha medo de ir votar”, conta. ” Muita gente precisa recorrer a terapia, se desligar das redes sociais e acaba tendo medo de sair na rua. A gente recebeu muitos relatos sobre esse medo, sobre esse impacto na saúde mental e no emocional. Isso foi bem relevante na nossa percepção”, diz o coordenador.

A equipe responsável pelo estudo contou com quatro pesquisadores e pesquisadoras negros e LGBTQIA+, o que Rocha considera que permitiu maior empatia e sensibilidade ao abordar os temas e elaborar as perguntas. Além do antropólogo, participaram a psicanalista clínica Roberta Ribeiro, a graduanda em Conservação e Restauração Joyce Reis e o doutorando em Saúde Coletiva e especialista em Gênero e Sexualidade Leonardo Peçanha.

Os pesquisadores aplicaram questionários e realizaram grupos focais e entrevistas individuais com pessoas do público-alvo e chegaram a um total de 175 participantes. Os dados estatísticos, portanto, não podem ser extrapolados para toda a população LGBTQIA+ negra, mas as respostas e relatos colhidos na pesquisa qualitativa indicam como os entrevistados percebem e se apropriam das informações disponíveis em seus círculos.

A maioria dos entrevistados é mulher, cisgênera e das zona norte e oeste do Rio. Quase metade (45%) dos respondentes afirmou receber até R$1.212,00 por mês e 81% disse já ter entrado em contato com discurso de ódio. Para uma em cada quatro pessoas, as violências racial ou de gênero ocorrem de forma recorrente.

*com informações de Agência Brasil

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