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Nova espécie de sapo venenoso ‘Aquamarina’ é descoberta no Amazonas

*Da Redação do Dia a Dia Notícia 

Uma equipe de cientistas do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) fez uma descoberta notável na cidade de Eirunepé (distante 1.772 quilômetros de Manaus): um grupo de 12 rãs venenosas pertencentes a uma espécie até então desconhecida pela ciência. Os detalhes da descoberta foram publicados em um artigo na revista científica ZooKeys, especializada na divulgação de novas espécies animais.

Segundo os pesquisadores do Inpa, essa nova espécie de rã venenosa apresenta características distintas de outras já catalogadas. O pequeno anfíbio, medindo apenas 1,7 centímetro de comprimento – menor que uma moeda de cinco centavos –, possui um nível considerado de “alta toxicidade”. A nova espécie recebeu o nome sugestivo de “Aquamarina”.

O pesquisador do Inpa, Alexander Mônico, explicou a origem do nome: “O termo específico ‘aquamarina’ é um adjetivo em latim que significa ‘azul-esverdeado’, em referência à coloração das listras presentes nas laterais do dorso da nova espécie. Outro fator que nos levou a essa denominação foram os tons metálicos de azul e verde das listras, que remetem à cor da água do mar. Além disso, a ‘água-marinha’ é uma pedra preciosa, o que filosoficamente alude ao valor desta descoberta”. Os cientistas acreditam que a região de Eirunepé pode abrigar outras espécies ainda não identificadas, e que a dificuldade de acesso e a necessidade de monitoramento de longo prazo em áreas remotas da Amazônia contribuem para as “lacunas” existentes nos achados científicos.

Apesar de sua toxicidade, as rãs venenosas despertam interesse na área médica. Suas toxinas apresentam potencial para serem utilizadas no desenvolvimento de medicamentos para o tratamento de dor crônica e problemas inflamatórios. Carlos Jared, pesquisador do Laboratório de Biologia Estrutural do Butantan, esclareceu que o veneno dessas rãs está localizado em glândulas na superfície da pele e é liberado apenas em situações de ameaça. “A rã possui o que chamamos de defesa passiva: ela não ataca e não reage quando é atacada. Ela apenas infla os pulmões para expor as glândulas, e o veneno só é liberado quando o predador morde ou pressiona essas glândulas”, detalhou Jared. O pesquisador também mencionou que a maioria das substâncias presentes nessas rãs ainda é desconhecida pela ciência e menos estudada que o veneno de cobras, com alguns compostos conhecidos por serem psicoativos e capazes de causar alucinações, convulsões e problemas respiratórios e cardíacos em predadores que entrarem em contato com suas mucosas. A descoberta da “Aquamarina” ressalta a rica biodiversidade da Amazônia e o potencial ainda não explorado de seu patrimônio natural.

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