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No mês do orgulho LGBTQIA+, projeto Vozes do Arco-Íris dá oportunidade e visibilidade para artistas de Manaus

*Luan Martins da Redação do Dia a Dia Notícia

Junho é o mês que se comemora o orgulho LGBTQIA+, devido às manifestações que ocorreram em Nova York, em 1969, tendo como uma das mais importantes da história, a Rebelião de Stonewall, considerada como o evento mais essencial que levou ao movimento moderno de libertação gay e à luta pelos direitos LGBTQIA+ no país e da revolução no mundo até os dias atuais.

E para celebrar este mês importante, o Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), convidou 8 artistas, para gravarem suas músicas e videoclipes para assim divulgarem seu trabalho e sua história dando visibilidade a eles.

O processo de criação

Segundo o coordenador do projeto, Felipe Grimm, o projeto faz parte de uma nova proposta da Sejusc de promover os Direitos Humanos de forma mais interativa, uma vez sendo necessário visibilizar comunidades.

“A escolha do nome surgiu da proposta de trazer artistas LGBTs da cena musical autoral amazonense, com intuito de fazer as produções alcançarem a maior quantidade possível de pessoas. É preciso dar voz a artistas LGBTs, mostrar seus rostos, a diversidade de identidades e pluralidade de estilo e vozes”, explica Felipe ao Dia a Dia Notícia.

O coordenador enfatiza que a população LGBTQIA+ ainda sente impactos sérios do preconceito e que uma das principais formas de combatê-lo é dando visibilidade e local de fala. “As Vozes do Arco-Íris é uma celebração da vida, do orgulho que temos de ser o que somos”.

Conheça um pouco do perfil dos artistas do Projeto, toda sexta-feira do mês clipes das músicas serão lançados para o público.

Melany Marinho

Melany Marinho, 29, começou a cantar aos 5 anos de idade, e durante sua carreira, foi back vocal de uma banda de forró, montou bandas femininas e formou dupla com o irmão, que não deu certo.

Ela iniciou seu projeto atual em 2007, fazendo música e a diferença.

“Meu projeto é voltado para a música sertaneja, estou há 14 anos lutando por espaço e fui a primeira a ter um espaço mercado da música sertaneja na cidade, abrindo portas para outras cantoras que hoje estão ramo”, conta Melany.

O clipe de sua música autoral, estreou na última sexta-feira (04/06), e pode ser assistido em todas as redes sociais da Sejusc.

“O projeto abrindo espaço para os talentos voltados ao meio LGBTQIA+, que não tem espaço no mercado da música e buscam oportunidades. Eu fui uma das selecionadas a fazer parte desse projeto lindo e me sinto muito feliz com esse convite.”

 

GAYBE

Gaybe, 24, começou a cantar na igreja, aos 6 anos, e a música é sua forma de ‘refúgio’. Ainda não pensa num projeto musical fixo, apesar de ter cantado até os 19 anos.

Para o projeto, seu maior incentivo foram seus amigos, e sua música de trabalho será ouvida pela primeira vez, pois nunca a mostrou para alguém.

“Me sinto realizada, apesar de que no início estava pensativa, tanto que mandei a música no último dia, acho que o medo de frustar os meus próprios desejos falava mais alto. Então criei coragem e assumi o que seria apenas a minha responsabilidade”, explica.

Gawa


Gabriel Leão, 29, iniciou na cena da música em 2012, no grupo Tropical Máfia, com dois amigos, nas férias da faculdade. Tocaram em festas e alguns programas de TV, depois seguiu sozinho, tentando se expressar através da música.

“GAWA é um alterego que vem da minha vontade de me expressar através da música, tentar mostrar a mistura que eu, um manauara nascido nessa cidade grande com família que veio do interior do Amazonas pra tentar a vida. O quanto Manaus é essa metrópole que única com essa mistura com a floresta”, explica.

A sua música escolhida para o projeto, ‘Bicha Bad’, é uma parceria com Lua Negra, um dos integrantes do Tropical Máfia, e fala sobre a família na rua, o quanto as pessoas LGBTQIA+ precisam se impor ao sair de casa, como se tornam mais fortes juntos.

Paco

Teve início de sua carreira artística no teatro aos 17 anos, mas a vontade de cantar surgiu, porém o medo de não ter talento o fez buscar aprimoramento, fazendo aulas de canto, aprendendo técnica vocal e participando de corais.

“Eu acho esse projeto maravilhoso, já que existe uma gama de artistas LGBT´s no Amazonas, artistas muito, muito bons, que precisam de apoio público e empresarial para lançar seu trampo”, conta

Ele não teve apoio familiar ao trabalhar com arte, tendo eu custear tudo sozinho, gravação das suas músicas e produções artísticas.

Seu novo EP, é pessoal, fala de coisas que viveu durante sua vida, aceitação, empoderamento, depressão e saúde mental são alguns dos temas. “Eu sempre procuro fazer algo que se relacione com a minha vida, mas que chegue no outro, que seja de identificação geral, que se uma pessoa lá de Brasília escutar, vai se identificar, pois já passou pela mesma situação”, explica.

Duda Raposo

Duda Raposo, 19, sempre teve a música muito presente em si, durante sua infância, era comum se reunir com a família para escutar os mais variados gêneros musicais.

“Hoje entendo que toda essa convivência com a arte foi fundamental pra que eu me tornasse artista. Quando vi, já estava completamente dentro desse mundo musical e não me imaginava mais fazendo outra coisa”, explica

Sua música de trabalho escolhida para o projeto se chama ‘Trovoadas’, que compôs durante a pandemia e fala resumidamente de um relacionamento com seus momentos mais conturbados, uma relação que é perfeita justamente por ser imperfeita.

Sobre o projeto, ela diz ser um momento muito único. “Nós, nortistas, sofremos muito com a desvalorização da nossa arte em relação ao resto do país. Por sermos LGBTQIA+, tudo acaba sendo mais pesado por conta do preconceito. Com esse espaço, poderemos finalmente mostrar a nossa voz que normalmente é tão calada pela sociedade”, conta.

Andarilha

Karollen Lima da Silva, conhecida como “Andarilha”. Cantora, compositora, batuqueira e historiadora, começou sua carreira artística em 2015, no grupo que trabalhava o samba de roda e no grupo vozes do cativeiro, onde ficou até 2018, quando teve que viajar para o Rio de Janeiro para cursar o mestrado.

Já fez parte do maracatu Baque da Seda, no Rio de Janeiro e no Maracatu Pedra encantada, em Manaus. Hoje faz parte do Baque Mulher e As Crioulas do Quilombo de São Benedito. “Toda a minha composição e atuação como cantora, ela é reflexo desses movimentos que eu tô associada, da cultura negra, da história das populações negras e indígenas, então eu tento trazer isso dentro das minhas composições”, explica.

Sua expectativa com o projeto é encontrar pessoas que se identifiquem com sua proposta, a gravação da sua primeira música, que foi uma de suas primeiras composições, “Cadê a menina?”. “Foi realmente um vigor que veio ai pra continuar na luta e não desistir de materializar outros projetos que eu já estava pensando”, conta.

Liu Cabano

Liu começou a cantar na adolescência, com influências do pop como Lady Gaga, Rihanna, Beyonce, depois se influenciou com a MPB e o Pop Nacional. Sua afinidade com a música nasceu desde criança, pois cresceu em uma igreja que incentivava e estimulava o aprendizado da música com aulas de teorias musicais e instrumentação.

“Eu espero que o projeto me abra portas, eu já comecei a ganhar seguidores, tá tendo uma visibilidade muito boa. Então acredito que ele chega pra abrir portas e para espalhar essa mensagem, por isso que são 8 artistas com vivências diferentes, expectativas diferentes e realidade diferentes, dentro da comunidade, pra ilustrar justamente isso, que a comunidade LGBTQIA+ não é só o gay e a lésbica”, explica.

O clipe de sua música autoral, ELE, também estreou na última sexta-feira (04/06), e pode ser assistido em todas as redes sociais da Sejusc.

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