*Da Redação Dia a Dia Notícia
Após declarar que romperia com aliados alinhados a “conspiradores”, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), teve nomes de seu grupo político participando de uma confraternização ao lado do deputado estadual Wilker Barreto (Mobiliza). O parlamentar é autor do relatório que recomendou a reprovação das contas de David Almeida na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), referentes ao período em que ele governou o Estado interino, em 2017, e é apontado como adversário político. Com informações da Revista Cenarium.
Articulado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), o encontro reuniu aliados próximos do prefeito de Manaus, como o deputado estadual Abdala Fraxe (Avante) e o presidente da Câmara Municipal, vereador David Reis (Avante). A confraternização ocorreu neste sábado (27), em uma churrascaria situada no bairro Adrianópolis, na zona Centro-Sul da capital amazonense.
A participação desses nomes em um evento que também contou com a presença de um dos principais adversários políticos de David Almeida repercutiu nos bastidores do meio político local. A movimentação ganhou destaque por acontecer após declarações públicas do prefeito, nas quais afirmou que não admitiria aliados envolvidos em articulações contrárias à sua gestão. Interlocutores ouvidos pela Coluna interpretam o episódio como um indício de tensões internas e possível desgaste na base política do chefe do Executivo municipal.
Em 13 de novembro, David Almeida declarou à imprensa que poderia romper alianças caso identificasse aproximações de aliados com adversários políticos. Na ocasião, classificou como “fogo amigo” a articulação na Assembleia Legislativa que resultou na reprovação das contas relativas ao período em que governou interinamente o Estado, em 2017.
A iniciativa foi liderada pelo deputado estadual Wilker Barreto, relator do parecer que recomendou à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Aleam a rejeição das contas das três gestões de 2017 — José Melo, David Almeida, então filiado ao PSD, e Amazonino Mendes. No caso da gestão interina de Almeida, o relatório apontou o descumprimento de decisão cautelar do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), veiculação de publicidade institucional em período vedado pela legislação eleitoral e uma desapropriação considerada irregular, estimada em R$ 10,5 milhões.
Para integrantes da classe política, o episódio, reforçado pela ausência de David Almeida na confraternização promovida pelo senador que teve papel relevante em sua trajetória rumo à reeleição em 2024, evidencia fragilidades na base de apoio do prefeito. A avaliação é de que o cenário político para 2026 já começa a provocar rearranjos, testes de fidelidade e movimentos antecipados de distanciamento dentro do próprio grupo governista.
