*Da Redação Dia a Dia Notícia
Entre os meses de janeiro a setembro de 2022, dados preliminares enviados à Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM) pelo Ministério da Saúde, apontam que o país registrou cerca de 263 internações por acidentes com fogos de artifício.
Os números apontam uma média de uma ocorrência por dia. Em um caso recente, ocorrido no final de novembro, uma criança morreu e outra ficou ferida após um acidente envolvendo esse tipo de artefato, na zona Oeste do Rio de Janeiro. De acordo com moradores, no local do acidente havia ocorrido a exibição de um jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo.
Em 2019, ano pré-pandemia, as internações com esse perfil somaram 490 casos registrados. Em 2020 e 2021, embora os festejos estivessem limitados em razão da Covid-19, as hospitalizações contabilizadas foram de 347 e 339, respectivamente.
Com a proximidade das festas de Natal e Ano Novo, o alerta sobre os riscos do manuseio de fogos de artifício ganha reforço. O presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão, Samuel Ribak, lembra que, além de queimaduras, esses artefatos podem causar lesões com lacerações, cortes e até amputações de membros. “Os fogos são fascinantes para os olhos, mas um perigo extremo para as mãos”, salienta.
O especialista ressalta que as mãos e punhos têm estruturas complexas, de grande importância no corpo. “Essa parte do corpo é formada por muitos ligamentos, ossos e nervos que propiciam sensibilidade e comandam os movimentos dos músculos e tendões, além de possuírem importantes artérias que irrigam os membros”, explica.
“Diante disso, uma lesão, trauma ou amputação traz graves consequências para a vida das pessoas. Ela terá, por exemplo, que se afastar do trabalho, trazendo um impacto econômico para família, e/ou ter grande dificuldade em realizar simples tarefas do dia a dia, em função de sequelas permanentes”.
Cuidados
O presidente da SBCM destaca que a recomendação é que os fogos de artifício sejam acionados com o uso de suportes, algum objeto prolongável entre a mão e o artefato, mas nunca segurados diretamente nas mãos.
Atenção deve ser redobrada com as crianças, uma vez que a curiosidade dos pequenos e o fascínio que o colorido dos fogos exerce sobre eles faz com que queiram estar próximos no momento do lançamento dos artefatos. “As crianças devem ser mantidas afastadas do local e os pais ou responsáveis precisam ficar atentos sobre onde estão e de que forma estão se divertindo, para evitar acidentes”, diz Ribak.
O médico pontua, ainda, que também é preciso tomar cuidado com as biribinhas (bombinhas que estouram quando lançadas ao chão), pois as faíscas podem atingir substâncias com potencial para incendiar e provocar acidentes.
“Outra questão importante é nunca utilizar materiais de fabricação caseira, comprando fogos de artifício apenas em lugares especializados. Leia atentamente as instruções do fabricante, use sempre em espaços abertos, com razoável distância de segurança e certifique-se que não existem materiais combustíveis nas proximidades”, orienta. “Além disso, nunca reaproveite o material já usado, mesmo que não tenha causado a explosão esperada”, conclui.