*Da Redação Dia a Dia Notícia
A estudante de medicina veterinária Carolina Arruda, de 27 anos, diagnosticada com neuralgia do trigêmeo, doença que provoca “a pior dor do mundo”, recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Alfenas, no sul de Minas Gerais. Ao g1, a jovem afirmou na segunda-feira (15) que não está sentindo dores.
“Esse tempo de sedação foi fundamental para que nossa equipe estudasse a fundo qual o melhor método de tratamento para a Carolina. Também foi fundamental para que ela descansasse bem. O tratamento teve o efeito desejado de alívio momentâneo da dor, mas fundamental para os próximos passos a serem realizados de maneira correta”, explicou Carlos Marcelo de Barros, diretor clínico da unidade hospitalar no Sul de Minas e presidente da Sociedade Brasileira para os Estudos da Dor (SBED).
O especialista ofereceu ajuda à estudante após o caso viralizar nas redes sociais. “A paciente receberá tratamento avançado com o que existe de mais moderno em medicina da dor. O plano terapêutico está sendo concluído com toda equipe médica”, ressaltou.
Neuralgia do trigêmeo
A neuralgia do trigêmeo é comparada a choques elétricos e até a facadas. O trigêmeo é um dos maiores nervos do corpo humano e é sensitivo, ou seja, controla as sensações que se espalham pelo rosto. Ele tem esse nome porque se divide em três ramos:
- oftálmico;
- maxilar, que acompanha o maxilar superior;
- mandibular, que acompanha a mandíbula ou maxilar inferior.
A dor provocada pela condição é incapacitante e impede que a pessoa consiga fazer atividades simples do dia a dia.
Diagnóstico da estudante
O neurocirurgião Marcelo Senna, profissional com ampla experiência no diagnóstico de neuralgia do trigêmeo e que atendeu a jovem há 7 anos, conta que, quando foi procurado, ela já convivia com as dores há quatro anos e tinha passado por vários médicos.
“A neuralgia do trigêmeo não aparece em um exame de imagem. Então, ouvir o histórico dela, as queixas e como os episódios de dor ocorriam foram fundamentais para fechar o diagnóstico, que na idade em que ela estava é extremamente raro. A doença acomete principalmente adultos e idosos em uma faixa etária de 50 a 80 anos”, afirmou.
Após o diagnóstico, a jovem já realizou vários tratamentos com outros médicos e cirurgias, como descompressão microvascular, rizotomia por balão e duas neurólises por fenolização, mas sem alívio que trouxesse qualidade de vida para ela.
Mas, embora esses tratamentos não tenham surtido efeitos positivos na jovem, Marcelo Senna ressaltou que a maioria dos pacientes responde bem ao acompanhamento medicamentoso.
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