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Jornalista é agredida em coletiva do vice-governador Carlos Almeida

Terminou em tumulto e agressão a coletiva de imprensa convocada pelo vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida, para prestar esclarecimentos sobre a Operação Sangria, que investiga supostas fraudes e desvios de dinheiro na compra de respiradores para atender casos de Covid-19 no Amazonas. Durante a coletiva, a jornalista Rosiene Carvalho, da rádio Band News, foi agredida após tentar fazer perguntas ao vice-governador. Outros jornalistas também sofreram agressão.

 

A coletiva durou cerca de 16 minutos, tempo em que Carlos Almeida se limitou a ler um texto pobre de informações concretas sobre as denúncias de seu envolvimento na compra superfaturada de ventiladores de uma loja de vinhos durante a pandemia. Após o pronunciamento, ele se recusou a responder a pergunta e ainda se retirou da sala de entrevistas acompanhado de um time de assessores e também de seguranças.

 

Nas imagens, divulgadas na internet, quando o vice-governador encerrou o pronunciamento e se deslocou para a saída, surge uma mulher loira, que faz parte da equipe dele. A confusão envolvendo a jornalista ocorreu durante saída da sala quando ela tentou fazer questionamentos ao político e foi agredida pelos seguranças. Ela chegou a discutir com uma das assessoras de Carlos Almeida. Ainda não identificada, a assessora – como mostra no vídeo, teria empurrado os profissionais, fazendo barreira com os braços para que ninguém ultrapassasse.

Veja vídeo:

Sindicato dos jornalistas emite nota

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Amazonas (SJP-AM) emitiu, nesta quarta-feira, 28, uma nota de repúdio contra as agressões físicas e verbais sofridas por profissionais da imprensa que estavam realizando a cobertura de um pronunciamento do vice-governador Carlos Almeida, em um edifício na avenida Jornalista Umberto Calderaro Filho, 455, bairro Adrianópolis.

Confira a nota na íntegra :

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas (SJP-AM) vem a público REPUDIAR o ato de violência física e verbal praticado contra quatro jornalistas no final da manhã e início da tarde desta quarta-feira, 28.10.20, durante pronunciamento do vice-governador, Carlos Almeida Filho (PTB), realizado em uma sala no edifício Cristal Tower, localizado na Av. Jornalista Umberto Calderaro Filho, 455, bairro Adrianópolis.

As jornalistas Rosiene Carvalho, correspondente do UOL, colunista de política da Band News FM e do Blog que leva seu nome; Cynthia Blink, repórter do site 18h, da Rádio Mix e do portal O Amazonês; Jullie Pereira, repórter e apresentadora do site Amazonas Atual; e o fotojornalista Adriano Nascimento dos Santos, que estava atuando pelo Portal Manaós Notícias, foram agredidos diretamente pela equipe do vice-governador que se recusou a responder as perguntas da imprensa para o evento que ele próprio havia convocado.

Conforme vídeos, depoimentos e registros feitos pela imprensa local, Cinthia Blink e Jullie Pereira tiveram arranhões e marcas no braço. Ambas foram empurradas pela segurança mulher que integrava a equipe do vice-governador, logo após o fim do pronunciamento. A jornalista Rosiene Carvalho, que seguiu atrás do vice-governador para fazer perguntas, o que é uma prática profissional, foi bloqueada, empurrada e teve as mãos presas pela mesma segurança cuja identidade ainda não foi confirmada. Ao tentar registrar os fatos, o fotojornalista Adriano dos Santos recebeu um tapa no equipamento.

Como entidade de defesa da profissão de jornalista, o SJPAM torna público que é inaceitável tal comportamento por qualquer cidadão, ainda mais de uma autoridade pública, paga com recursos públicos e que deve, por obrigação, prestar contas à sociedade.

O defende não apenas o registro profissional como também o DIPLOMA de Jornalismo como critério imprescindível ao exercício profissional. Esta entidade preza ainda pelo jornalismo como poder garantidor da democracia, onde o cidadão possa ser respeitado com dignidade e liberdade.

Não há como calar diante de um contexto que vem se tornando praxe entre autoridades públicas locais, como um reflexo do contexto nacional, de silenciar a imprensa ou responder somente a quem lhe convém, em um total desrespeito à democracia. Lembramos que, além da violência física e verbal, impedir o exercício profissional do jornalista também é um ato de agressão que deve ser devidamente apurado.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas ressalta ainda que a agressão cometida atinge a toda categoria quando uma autoridade pública, eleita por meio do escrutínio universal, se nega a responder questionamentos que toda a sociedade tem o direito de saber.

A entidade manifesta apoio aos profissionais e coloca à disposição a assessoria jurídica para demais providências. Informamos ainda que as provas e a denúncia serão levadas ao conhecimento do Ministério Público Estadual (MPE), à corregedoria da Polícia Militar para abertura de procedimento administrativo.

Manaus- AM, 28 de outubro de 2020

SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS NO ESTADO DO AMAZONAS – SJPAM

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS JORNALISTAS – FENAJ”

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