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Intolerância à lactose é uma condição que afeta metade da população

A intolerância à lactose ou hipolactasia é uma condição muito comum que afeta mais da metade da população. No entanto, muitos ainda não sabem o que ela significa e têm dificuldades em entender a causa dos sintomas. Estima-se que aproximadamente 70% da população mundial manifesta sinais e sintomas de má digestão da lactose.

A lactose nada mais é do que o açúcar predominante do leite (representando cerca de 2% a 8% de sua composição, a depender da espécie). Ela também é encontrada nos derivados lácteos.

É utilizada pelos organismos como fonte de energia para o desenvolvimento do sistema nervoso central, facilitando a absorção de cálcio, fósforo e vitamina D, além de favorecer a retenção de cálcio e prevenir a osteoporose.

Toda vez que se consome um copo de leite ou algum de seus derivados, como manteiga, queijo, iogurte, coalhada, creme de leite, leite condensado, entre outros, a lactose necessita ser quebrada em carboidratos mais simples (glicose e galactose). Só assim há uma melhor absorção a nível intestinal e, com isso, a geração de energia.

A responsável por esse processo é a enzima lactase. É por meio dela que a lactose é quebrada.

Na maioria das pessoas, a atividade da enzima lactase diminui após o desmame, uma vez que o leite passa a não ser mais a principal fonte de energia e nutrientes da dieta. É isso que as torna menos tolerantes à lactose com o passar dos anos.

Por isso, em casos em que ocorre a deficiência ou ausência da lactase na mucosa do intestino delgado, acontece a má digestão desse dissacarídeo (lactose) e a consequente intolerância, que é a incapacidade de digerir a lactose.

Os sintomas ocasionados pela intolerância à lactose podem ocorrer em minutos ou horas após o consumo do leite e seus derivados. São eles: náusea e vômitos, diarreia, cólicas, gases, barriga estufada, desconfortos abdominais.
A severidade dos sintomas depende da quantidade de lactose consumida e da tolerância de cada um.

Essa condição se desenvolve de três formas diferentes.

Primária ou congênita : É um distúrbio raro permanente, transmitido por herança genética. Ela é caracterizada pela ausência de lactase no nascimento. Nesses casos, a condição se manifesta com diarreia logo após o nascimento, que cessa com a retirada da lactose da dieta.

Deficiência secundária de lactase é resultante de condições ou doenças que alteram a mucosa intestinal. Ela é reversível, contanto que a doença que a originou seja curada. É frequente em pacientes com diarreia persistente ou crônica. Podem ser decorrentes de um crescimento bacteriano, parasitoses, ressecção do intestino delgado, ingestão crônica de álcool e fibrose cística.

Primária do tipo adulto: Considerada característica normal da espécie humana. Condição caracterizada por um declínio da atividade da lactase, na qual ocorre uma alta atividade no nascimento para uma baixa atividade residual durante a vida adulta. Algumas pessoas após muito tempo sem tomar leite perdem a capacidade de produzir essa enzima.

Qual a diferença entre alergia e intolerância?

Além da intolerância à lactose, há pessoas que apresentam alergia ao leite. Essas duas condições são bastante diferentes uma da outra. Pessoas que apresentam alergia ao leite, devem procurar leites específicos que são fabricados a partir de um processo diferente.

Nesses casos, são acrescentadas enzimas para quebrar as proteínas (e não a lactose), produzindo, assim, o leite hipoalergênico (HA). Se uma pessoa possui alergia à proteína do leite, não adianta ela tomar um leite zero lactose, pois continuará com problemas. A lactose é um açúcar do leite e a pessoa é alérgica à proteína do leite.

Caso você esteja com suspeita de intolerância, procure um gastroenterologista e um nutricionista. Existem alguns fatores que podem desencadear um quadro e funcionam também como parâmetros para um diagnóstico, como transtornos de ansiedade e histórico de doenças no trato gastrointestinal.
Cerca de 70% da população mundial carrega algum nível de intolerância devido a heranças genéticas. Isso porque são descendentes de povos que não tinham o costume de consumir lactose após a amamentação. Os 30% que não carregam essa condição seriam, principalmente, os descendentes de anglo-saxões.

A principal forma de tratamento é uma dieta com baixo ou nenhum consumo de lactose. Em média, pessoas intolerantes toleram até 12 g dessa substância por dia. Embora os rótulos de produtos devam indicar a presença de lactose, a quantidade exata presente na fórmula não é identificada. Por isso, procure sempre um nutricionista para orientar seu caso.

Outra maneira de conviver com a intolerância é tomar uma suplementação da enzima lactase. Assim, antes de comer um alimento com lactose, a pessoa deve ingerir comprimidos de lactase que irão atuar na digestão, compensando a falta da enzima no organismo. Nesse caso, é necessária uma avaliação com o especialista para saber a quantidade ideal para você.

Com uma dieta restrita em lactose, é preciso encontrar maneiras de adaptar a alimentação de modo a substituir alguns dos nutrientes encontrados no leite. O principal deles é o cálcio, que atua diretamente no fortalecimento de ossos e dentes, além de manter em equilíbrio o pH sanguíneo.

Boas alternativas são o camarão, ostras e mexilhões. Invista também em dietas ricas em agrião, rúcula, espinafre, brócolis, bertalha, taioba, manjericão, nozes, amêndoas e brócolis.

Desde fevereiro de 2019, os fabricantes são obrigados a informar aos consumidores a presença de lactose nos alimentos. Isso vale para alimentos com mais de 100 miligramas (mg) de lactose para cada 100 gramas ou mililitros do produto. Ou seja, qualquer alimento que contenha lactose em quantidade acima de 0,1% deverá trazer a expressão “baixo teor de lactose” (até 1% de lactose) ou “Contém lactose” em seu rótulo.

É comum encontrar pelos supermercados produtos identificados como “ZERO lactose” ou “baixo teor de lactose”. Eles são ideais para intolerantes, pois passaram pelo processo de deslactosação. Isso significa que houve a quebra industrial da lactose, como se ela tivesse sido digerida externamente. A enzima lactase é aplicada ao leite, que fica em repouso durante 3 a 4 horas em temperatura ambiente. O resultado é um leite com a lactose já quebrada em glicose e galactose que, portanto, pode ser consumido por pessoas com intolerância à lactose.

Devido a essa quebra, o produto sem lactose é normalmente mais adocicado e não tem perda de nutrientes.

Porém, é preciso tomar cuidado com as marcas que você leva para casa.

Em 2019, a PROTESTE realizou um teste com iogurtes, leites e bebidas lácteas que estampavam em seus rótulos informações como “ZERO lactose” , “0% lactose”, “Lactose free” ou “não contém lactose”. 40 lotes de produtos foram investigados e diversas irregularidades foram encontradas. Quatro lotes da marca Verde Campo, por exemplo, apresentaram quantidade de lactose acima do limite permitido por lei, que é de 0,1 mg por 100g.

Por Anny Melo

Nutricionista – CRN 5616 AM. Formada pela Uninorte/ AM. Pós-Graduada em nutrição clínica e terapia nutricional – Ganep/ SP; Pós-Graduada em prescrição de fitoterápicos e suplementos clínicos e esportivos – Estácio/ SP; Pós-Graduada em nutrição pediátrica com ênfase em materno infantil Estácio/SP; Pós-Graduada em Docência – Nilton Lins/ AM. Mestranda em nutrição e dietética – Funiber; Membro da Ambo – Associação Médica Brasileira de Prática Ortomolecular. Também professora do curso de pós-graduação em nutrição funcional da Estácio e Fametro com as disciplinas de distúrbios no tratogastronitestinais com ênfase no tratamento dietoterápico, nutrição materno infantil, nutrição geriátrica, dietoterapia 2 e 3, interação droga e nutriente e nutrição e estética.

 

 

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