*Da Redação do Dia a Dia Notícia
A organização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) divulgou, na terça-feira (1º), o personagem escolhido como mascote: o Curupira, figura mítica da cultura nacional. Quase sempre descrita como um menino baixinho, com os cabelos vermelhos como fogo e os pés virados para trás para enganar quem o persegue, atua como guardião das florestas e agora também faz parte da identidade visual do evento sobre o clima, que acontece em Belém, no Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro.
Quem é o Curupira?
O Curupira é conhecido por ser o “guardião das florestas e dos animais. Espírito protetor da floresta. Apesar da apresentação do Curupira mudar de acordo com a região, sempre estão presentes os característicos pés para trás, que são uma artimanha usada para confundir aqueles que tentam seguir seus passos.
Curupira vem da língua indígena tupi-guarani, em que “curumim” significa menino e “pira” corpo. O personagem é muito presente na tradição amazônica e associado à proteção das matas e dos animais, especialmente contra a caça. Esconde os animais dos caçadores, não permite a captura de bichos recém-nascidos e é inimigo de quem caça sem necessidade.
De acordo com o pesquisador Paulo Maués, autor do livro Histórias de Curupira, “personagens como o Curupira, o Boto, a Iara, são verdadeiros agentes de consciência ecológica, de educação ambiental”.
Segundo a organização do evento, a primeira referência ao Curupira na história brasileira foi feita pelo padre José de Anchieta, em 1560, em carta feita em São Vicente, litoral de São Paulo.
O jesuíta veio ao Brasil introduzir o catolicismo nas comunidades indígenas e, para isso, escrevia poesias e peças de teatro. Em um desses textos, descreveu que os indígenas temiam muito essa figura folclórica e faziam oferendas para não serem atacados.
Para a organização da COP30, a escolha do curupira “reflete o compromisso da presidência brasileira em solidificar ações de redução das emissões dos gases que provocam o aquecimento da Terra”. Em carta à comunidade internacional, o presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, defende que as florestas serão um “tópico central” nas discussões.
Em carta à comunidade internacional, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, disse que as florestas serão um “tópico central” nas discussões do evento. “Quando nos reunirmos na Amazônia brasileira em novembro, devemos ouvir atentamente a ciência mais avançada e reavaliar o papel extraordinário já desempenhado pelas florestas e pelas pessoas que as preservam e delas dependem. As florestas podem nos fazer ganhar tempo na ação climática durante uma janela de oportunidade que se está fechando rapidamente”, afirmou o embaixador. PERSONAGEM Curupira vem da língua indígena tupi-guarani, em que…