O blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que teve sua prisão decretada e seus canais derrubados após decisões da Justiça, tem conseguido burlar os bloqueios judiciais por meio do Telegram. Um dos maiores aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Allan continua disparando vídeos com discurso de ódio e notícias falsas por meio do aplicativo russo, que tem poucos mecanismos de controle e transparência.
Banido da maioria das redes sociais, Allan dos Santos se comunica com mais de 120 mil seguidores, pedindo doações de dez dólares por meio de um site no exterior, fora do alcance da Justiça brasileira. Ultimamente, o blogueiro aumentou o volume de difusão de informações falsas. Em um dos vídeos, por exemplo, propagou a teoria conspiratória de que a CPI da Covid e os pedidos de impeachment contra Bolsonaro são obra do “Foro de São Paulo”, além de sugerir que partidos de esquerda são ligados ao narcotráfico.
Os vídeos são postados em canais com milhares de seguidores pertencentes a outros militantes de extrema-direita. O fato de a empresa controladora do Telegram não ter representante no Brasil dificulta submetê-la às leis do país, a cooperar com a Justiça e complica possíveis investigações. Segundo o Estadão, os grupos de extremistas, que se tornaram abrigo de bolsonaristas foragidos como Zé Trovão e Oswaldo Eustáquio, se tornaram motivo de preocupação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Após rejeitar a cassação da chapa Bolsonaro-Mourão, o tribunal fixou um entendimento de que disparos de mensagens em massa podem ser enquadrados como abuso do poder econômico. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que presidirá o TSE em 2022, deixou claro que haverá punição para quem propagar notícias falsas nas próximas eleições.
*Com informações de Estadão Política
