*Da Redação Dia a Dia Notícia
Menos de uma semana após o Tribunal de Contas da União (TCU) autorizar a privatização da Eletrobras, já há possíveis compradores mesmo antes do Governo Federal lançar um edital. O primeiro interessado é o bilionário Lírio Parisotto, ex-suplente e amigo próximo do senador amazonense Eduardo Braga (MDB-AM).
Parisotto é um dos 22 bilionários existentes no Brasil. Além dele, outros cinco do seletro grupo possuem ações investidas na Eletrobras e lucraram bastante com o anúncio da privatização. O ex-suplente atua com o Banco Clássico, do bilionário Juca Abdalla, outro dos maiores acionistas da Eletrobras. Os votos dos dois, principalmente o de Abdalla, tiveram muito peso na assembleia que aprovou a privatização da estatal. Com a venda, os dois podem lucrar com a venda de ações ou até mesmo com a compra da empresa pública.
A prática não é nova. Abdalla fez fortuna comprando ações de estatais que estavam próximas de serem privatizadas, como a Gerasul, comprada pela geradora de energia Engie em 1998.
Lírio Parisotto chegou a ser denunciado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por supostamente possuir informações privilegiadas sobre a privatização da Eletrobras devido a sua amizade com Eduardo Braga, que votou a favor da venda da estatal e foi ministro de Minas e Energia durante o segundo mandato de Dilma Rousseff (PT).
“Quem está interessado na Eletrobras são os bancos nacionais e internacionais, que inclusive já têm participação na estatal”, afirmou Leonardo Maggi, membro da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que é contra a privatização. “Eles já controlam boa parte do setor elétrico brasileiro.”