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Ex-ministro diz que Bolsonaro mandou entregar banco do MEC aos políticos do Centrão

O ex-ministro atribuiu a entrada do Centrão no governo e a demissão de conservadores ao general Luiz Eduardo Ramos
Foto: Agência Brasil
*Da Redação Dia a Dia Notícia

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub (PMB) afirmou em entrevista à emissora CNN Brasil que o presidente Jair Bolsonaro (PL) ordenou que ele “entregasse” o comando do Fundo Nacional para o Desenvolimento da Educação (FNDE) aos políticos do Centrão. O bloco é formado por partidos fisiológicos, sempre próximos do governo federal independente de quem esteja no poder. O Partido Liberal, ao qual Bolsonaro é filiado, faz parte desse bloco.

Segundo Weintraub, a ordem ocorreu em março de 2020, mas só foi concretizada em junho com a nomeação de Marcelo Lopes da Ponte para o FNDE. O órgão ligado ao Ministério da Educação funciona como uma espécie de banco da pasta. Nele ocorrem todas as transferências de recursos federais da Educação para estados e municípios do Brasil.

Marcelo foi chefe de gabinete do senador Ciro Nogueira (PP-PI), atual ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro. Segundo Weintraub, que é pré-candidato ao governo de São Paulo, ele tentou dividir a gestão do FNDE com outros ministérios, mas a medida foi embargada pelo então ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, atual ministro da Defesa.

“Quem vai me me dar uma ordem dessas? O meu chefe [Bolsonaro]. Ele falou: você vai ter que entregar o FNDE pro Centrão e eu falei: presidente, não faça isso. E eu fiquei adiando o máximo que eu podia, fiquei adiando. Eu subi toda a governança, as regras, do processo decisório do FNDE. Quem tem inclusive fazer um conselho, um board, decisório pro FNDE não ficar o presidente do FNDE não se reportar ao ministro da Educação, se reportar o ministro da Economia e o da Casa Civil. Na época era o Braga Netto. Tentei, o Braga Netto não quis”, afirmou o ex-ministro.

Apesar de tudo, o ex-ministro isenta Bolsonaro e atribui a entrada do Centrão no governo ao atual Secretário-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos.

“Chegou o general Ramos com essa estratégia que eu considero muito equivocada de colocar o centrão pra dentro do governo. E ele começou realmente a trazer essa turma para dentro, frequentar cada vez mais e convenceu o presidente, e a partir daí eu acho que a gente foi expulso. Os conservadores foram expulsos.”

Os ministros da chamada ala ideológica foram sistematicamente trocados após a aliança com o Centrão. Outros exemplos foram Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores, Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Fábio Wajngarten, da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom).

Má gestão

Abraham Weintreub alega que fez um pente fino no ministério e encontrou uma série de irregularidades. O ex-ministro afirma que entregou à Polícia Federal e ao Ministério Público vários documentos que comprovariam superfutarumento na impressão das provas do Enem durante a gestão de Fernando Haddad (PT).

“Quando eu entrei lá, eu comecei a ver os esqueletos do passado. Fui juntando documento e protocolando. Então assim, você vê desde livro didático com preço errado, você vê gráfica, problema da gráfica e ai já apareceu né. Uma das coisas que já apareceram foi o Enem superfaturado”, disse o ex-ministro.

Recentemente, grandes jornais revelaram um esquema de propinas dentro do Ministério da Educação envolvendo dois pastores evangélicos. O escândalo provocou a queda do ministro Milton Ribeiro. Conforme vários prefeitos informaram à Comissão de Educaçãod do Senado Federal, os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos pediam propinas em dinheiro, barras de ouro e até em bíblias para encaminhar pedidos e liberar verbas aos municípios.

Senadores da oposição vêm recolhendo assinaturas para instaurar uma comissão parlamentar de inquérito que investigue o assunto. Até hoje, o pedido conta com 25 apoios na casa legislativa com a inclusão do nome do senador José Serra (PSDB-SP).

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*com informações de CNN Brasil

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