Senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia pediram ao Ministério Público do Rio de Janeiro o indiciamento do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). O pedido faz parte do relatório final da CPI, que reuniu indícios de que o filho do presidente Jair Bolsonaro incorreu em incitação ao crime e disseminação de fake news, como consta no artigo 286 do Código Penal.
De acordo com os parlamentares, Carlos Bolsonaro incitou a morte ao divulgar notícias falsas nos momentos em que foi contrário à população se vacinar contra a Covid-19. O vereador ainda estimulou as pessoas a irem para ruas durante a pandemia, segundo o documento.
“O problema é que ele fez isso sabendo que não deveria fazer mesmo se não fosse um vereador. Na verdade, é a falta de educação dele, a falta daquilo que ele nunca teve em casa”, afirmou o presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM).
Aziz fez críticas a Carlos que, segundo ele, é responsável por notícias falsas sobre a pandemia no país, incentivando o uso de medicamentos ineficazes.
“O que o vereador Carlos Bolsonaro fez é crime. Induzir as pessoas a tomarem remédio, ser o grande capitaneador do Gabinete do Ódio. Infelizmente um cidadão desses está solto ainda”, disparou.
O relatório da comissão que pede o indiciamento de 80 pessoas foi entregue ao procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, na tarde desta quinta-feira (11/11). A solicitação se deve ao fato de o foro para indiciar o vereador Carlos Bolsonaro seja o MPRJ. Segundo o senador, o pedido de indiciamento é devido ao comportamento do parlamentar carioca.
“Assim como o ex-deputado Roberto Jefferson, que também tem foro no MPRJ” , completou o líder da oposição no Senado Federal, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Hospitais federais do Rio
Randolfe, Aziz e o também senador Humberto Costa estão na sede do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPFRJ) para pedir que o órgão siga as investigações iniciadas na comissão para identificar os “donos” dos hospitais federais no estado. A denúncia, de acordo com os parlamentares, partiu do ex-governador Wilson Witzel, em depoimento na CPI.
“Encontramos nas investigações conduzidas pelo senador Humberto Costa nomes de empresas e de pessoas que acreditamos seja necessário o aprofundamento das investigações. Destacamos que o ex-governador Wilson Witzel, em depoimento na CPI, disse que os hospitais federais do Rio de Janeiro tinham dono e por isso tentamos ir atrás de saber quem são esses donos das instituições federais no estado”, diz Randolfe.
Ainda segundo o senador Humberto Costa, seria necessário mais tempo de investigação e também instrumentos que a CPI não dispõe atualmente. Por isso, o objetivo foi trazer elementos para que o MPF siga com as investigações.
“Apresentamos indícios de irregularidades e de correção, felicitações que deixaram de ser feitas, e outras em que no final houve o cancelamento dos vitoriosos para favorecimento de empresas, prorrogação de contratos de serviços que a licitação estava em curso. Só o ministério público Federal neste momento tem condição de fazer uma investigação mais pormenorizada desta situação”, explica o senador.
*Com informações do Metrópoles