Pioneirismo amazônico

A história contada pelo cineasta mostra um pioneirismo amazônico no “jogo de bola”. “Eu escutei quando criança, várias histórias contadas pelos meus pais e avós. Criados nos seringais do Rio Madeira, eles contavam que as bolas de Cernambi eram fabricadas artesanalmente, diversão certa das crianças dos beiradões. Cheguei até brincar em Manaus na década de 70”, conta o cineasta.

O “fio da meada” puxado pela bola de Cernambi levou a um passado remoto, com os relatos do cientista francês Charles-Marie de La Condamine, durante a viagem cientifica que fez entre o rio Orinoco e a cidade colonial portuguesa de Vila de Ega (hoje Tefé), na qual presenciou a convite dos Cambebas no século XVIII, um “jogo de uma bola” feita de bexiga de látex que desafiava a lei da gravidade.

“Percebi que a evolução do ciclo da borracha e a segunda revolução industrial se relacionava diretamente com a seringa, que contribuiu para o ‘Football de regra inglesa’. Fazendo a bola de trapo europeia pular contra a lei da gravidade com a utilização da bexiga da borracha na bola inglesa”, conta Chicão Fill.

É essa a história pouco conhecida, que traz os primórdios do futebol para a Amazônia, que o cineasta conta nos 80 minutos do filme.

O Cineclube de Arte é promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Aos sábados, o projeto exibe produções regionais, valorizando o trabalho de artistas amazonenses. mais informações, acesse as redes sociais da Cultura (@culturadoam).