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Carrefour compra carne de frigorífico abastecido por ‘maior desmatador da Amazônia’

Foto: Reprodução/Incra

*Da Redação Dia a Dia Notícia

O Carrefour no período de 2021 e 2022, comprou carne de um frigorífico abastecido por Bruno Heller, considerado pela Polícia Federal (PF) como o ‘maior devastador da Amazônia’. Ele transportou gado de uma fazenda da família multada por violações ambientais para outras duas sem autuações. Bruno Heller foi preso no início de agosto em operação da PF. A informação foi divulgada pela Repórter Brasil.

A triangulação é um indício da chamada “lavagem de gado”, quando bois criados em locais irregulares são repassados para áreas consideradas “ficha limpa” e, posteriormente, vendidos para grandes frigoríficos.

A prática é comumente utilizada para driblar mecanismos de controle e considerada um dos principais desafios de sustentabilidade da indústria da carne no país.

Informações divulgadas pela Repórter Brasil mostram que os animais criados na fazenda Formosa II, multada por desmatamento ilegal e com suspeita de grilagem, foram transferidos em 2021 e 2022 para a Formosa V e a Formosa VI, livres de implicações ambientais.

No mesmo período, estas duas propriedades, em nome de filhas de Bruno Heller, venderam animais para o frigorífico Vale Grande, do grupo Frialto. Em 2020, o próprio Bruno já havia vendido animais ao matadouro.

A Frialto possui três abatedouros no norte de Mato Grosso, todos eles habilitados para exportação à União Europeia e outros países. Foi uma dessas unidades, a de Matupá (MT), que adquiriu os animais da família Heller com suspeitas de irregularidades.

Esse mesmo abatedouro forneceu carne ao Carrefour nos anos de 2021 e 2023, segundo o aplicativo “Do Pasto ao Prato”. A ferramenta rastreia o código de vigilância sanitária encontrado na embalagem dos produtos e identifica o frigorífico de origem da carne.

Procurado, o Carrefour afirmou por meio de nota que examinou “minuciosamente o extenso banco de dados de fazendas que fornecem carne a todos os frigoríficos que abastecem o Grupo e confirmou a ausência de qualquer propriedade vinculada ao denunciado mencionado ou a indivíduos com o mesmo sobrenome”.

A Frialto, no entanto, confirmou que abateu 249 animais “em nome de Tatiana Heller”, filha de Bruno, em 2022 e 2023. O frigorífico informou ainda que bloqueou as propriedades, depois de identificar “possível ligação com não conformidades de Bruno Heller”.

A nota da Frialto reconhece o problema da triangulação de gado, mas diz não haver ferramentas para “monitoramento de fornecedores indiretos”. O grupo é um dos signatários do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) da Carne, proposto pelo Ministério Público Federal em 2009 para que frigoríficos não comprem gado de áreas irregulares.

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