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Brasil terá dois governadores LGBTQIA+ assumidos a partir de 2023

Fátima Bezerra e Eduardo Leite, assumidamente homossexuais, foram reeleitos no pleito de outubro de 2022.
*Lucas dos Santos  – Da Redação Dia a Dia Notícia

A partir de 1º de janeiro de 2023, os governadores eleitos e reeleitos tomam posse de seus cargos, tal qual os deputados e o presidente da República. Com isso, o Brasil contará com dois chefes de executivo estadual assumidamente LGBTQIA+: a governadora reeleita Fátima Bezerra (PT), do Rio Grande do Norte, e o governador reeleito Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul.

A petista Fátima Bezerra, 67 anos, foi a primeira candidata assumidamente LGBT a ser eleita para governar um estado. A política já declarou em suas redes sociais que jamais “existiram armários” em sua vida privada e pública. O fato era conhecido desde o início de sua carreira política, quando foi eleita deputada estadual pelo Rio Grande do Norte em 1995. Fátima também ocupou os cargos de deputada federal entre 2003 e 2015 e senadora entre 2015 e 2019, quando deixou a cadeira para assumir o governo estadual. Fátima foi eleita em 2018 com 57,60% dos votos válidos no segundo turno e reeleita em 2022 com 58,31% dos votos válidos no primeiro turno.

A questão da sexualidade de Fátima só foi abordada na mídia após o governador gaúcho Eduardo Leite, 37 anos, assumir ser homossexual em 2021. Quando eleito em 2018, a população em geral não tinha conhecimento da orientação de Leite, o que fazia sua homossexualidade ser tratada como boato por quem não era próximo dele. O ex-deputado federal Jean Wyllys (PSol) reclamou do tratamento dado ao governador gaúcho pela mídia e ressaltou o fato de Fátima já ser assumida.

Agora assumidamente gay, Eduardo Leite chegou a concorrer às prévias do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) para ser o candidato à presidência da legenda. O pleito interno acabou sendo vencido pelo então governador de São Paulo, o empresário João Doria Jr. Contudo, o partido optou por não lançar um candidato próprio, preferindo ocupar a vaga de vice na chapa da senadora Simone Tebet (MDB-MS), compondo com a também senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP).

Leite decidiu concorrer à reeleição ao governo do Rio Grande do Sul, indo para o segundo turno com o ex-ministro bolsonarista Onyx Lorenzoni (PL). Ao longo da campanha do segundo turno, Leite foi vítima de homofobia da parte de Onyx, que declarou em propaganda eleitoral que, caso fosse eleito, o estado teria uma “primeira-dama de verdade”, debochando da sexualidade do adversário.

A postura mal educada e os sucessivos erros em debates eleitorais selaram o destino de Onyx, que foi derrotado por Eduardo Leite. O tucano se tornou o primeiro governador gaúcho a ser reeleito desde 1989 com 57,12% dos votos válidos contra 42,88% de Lorenzoni.

O governador Eduardo Leite (à direita) e seu namorado, o médico capixaba Thalis Bolzan (à esquerda), apelidado de “primeiro-cavalheiro do RS”.

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