Ao deixar o Hospital Vila Nova Star, na zona sul de São Paulo, na manhã deste domingo, o presidente Jair Bolsonaro atribuiu ao deputado Marcelo Ramos (PL-AM) a responsabilidade pela aprovação do Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões para as eleições de 2022. Vice-presidente da Câmara, Ramos presidiu a sessão que aprovou a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), na qual está inserido o ‘fundão’.
“O deputado responsável por aprovar isso aí é o Marcelo Ramos lá do Amazonas, viu presidente (Arthur Lira/PP-AL). Ele é que fez isso tudo. Se tivesse destacado, talvez o resultado tivesse sido diferente”, afirmou o presidente em entrevista à CNN Brasil.
“Então, cobrem em primeiro lugar do Marcelo Ramos. E quem está atacando parlamentares que votou pelo fundão, isso não é verdade. Teve a votação da LDO que interessava para o governo. Então, em um projeto enorme alguém botou lá dentro essa casca de banana ou essa jabuticaba”, disse Bolsonaro.
O presidente se referiu à possibilidade de votar o aumento dos recursos para o Fundo Eleitoral em separado, como destaque.
“O parlamento descobriu, foi tentado destacar para que a votação fosse nominal e o presidente Marcelo Ramos – pelo amor de Deus, o estado do Amazonas ter um parlamentar como esse, pelo amor de Deus – ele atropelou, ignorou, passou por cima e não botou em votação o destaque”, afirmou Bolsonaro. “Os parlamentares que votaram a LDO estão sendo acusados injustamente de ter votado esse fundão”.
Bolsonaro criticou o aumento do valor do ‘fundão’.
“Seis bilhões (de reais) para fundo eleitoral, pelo amor de Deus. Seis bilhões na mão do Tarcísio (Gomes de Freitas, ministro da Infraestrutura), ele recapearia grande parte da malha rodoviária do Brasil. Seis bilhões na mão do Rogério Marinho (ministro do Desenvolvimento Regional), ele concluiria água para o Nordeste”, disse Bolsonaro.
Em uma crítica indireta a Marcelo Ramos, o presidente disse que o “bom parlamentar não precisa de dinheiro para fazer campanha, ele é reconhecido em seu estado”.
O valor do Fundo Eleitoral, que os partidos usam para pagar campanhas de seus candidatos, será de R$ 5,73 bilhões. Em 2020, foi de R$ 2 bilhões, quando foram eleitos prefeitos e vereadores.
Bolsonaro estava internado desde quarta-feira (14) para tratar uma obstrução intestinal.
