*Da Redação Dia a Dia Notícia
A líder quilombola Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, foi morta a tiros na noite da quinta-feira (17) no terreiro que ela comandava em Simões Filho, em Salvador (BA). Ela liderava o Quilombo Pitanga dos Palmares.
Bernadete também era yalorixá e mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, conhecido como Binho, que também foi assassinado há seis anos. Ela ainda coordenava a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq).
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Em nota publicada pela Conaq, a organização repudiou o crime e lamentou a perda precoce para toda a comunidade.
“Sua dedicação incansável à preservação da cultura, da espiritualidade e da história de seu povo será sempre lembrada por nós. Nos apoiaremos no seu exemplo e no seu legado na luta por justiça. Nossos sentimentos estão com o Quilombo Pitanga dos Palmares, com suas amigas e amigos, e com sua família, da qual fazemos parte enquanto quilombolas. Sua ausência será profundamente sentida. Seu espírito inspirador, sua história de vida, suas palavras de guia continuarão a orientar-nos e às gerações futuras”, diz a nota.
A Conaq ainda ressalta que Bernadete buscava incansavelmente elucidar a morte do filho. “Atuava na linha de frente para solucionar o caso do assassinato do seu filho Binho e bravamente enfrentou todas as adversidades que uma mãe preta pode enfrentar na busca por justiça e na defesa da memória e da dignidade de seu filho. Nessa luta, com coragem, desafiou o sistema e, como tantas mulheres, colocou seu corpo e sua voz na defesa de uma causa com a qual tinha um compromisso inabalável”.
A organização exigiu que o governo brasileiro tome medidas imediatas para proteger as lideranças do Quilombo de Pitanga dos Palmares, cobrando também uma rápida investigação sobre os responsáveis pelos assassinatos de Bernadete e Binho.
