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Base Arpão gerou, em um mês, prejuízo de mais de R$ 4,2 milhões ao crime organizado

Lançada pelo governador Wilson Lima para combater o narcotráfico, a pirataria e os crimes ambientais na região do rio Solimões, a Base Fluvial Arpão completa seu primeiro mês de atuação em Coari (a 363 quilômetros de Manaus). Nesse período, os policiais prenderam 27 infratores e três adolescentes e efetuaram apreensões de entorpecentes e crimes ambientais que totalizam prejuízo de mais de R$ 4,2 milhões ao crime organizado.

 

Durante as ações, foram retirados das mãos de traficantes mais de 200 quilos de entorpecentes, entre maconha e cocaína, e apreendidos mais de 8,3 toneladas de carne de caça de animais ameaçados de extinção e protegidos por lei, como pirarucu e jacaré. Além disso, foram apreendidos 50 ovos de tracajá e cinco quelônios. Foram aplicados multas por crimes ambientais no total de R$ 676 mil.

 

Projeto inédito criado pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), a base conta com um efetivo de policiais civis entre delegados, investigadores e escrivães, militares dos batalhões especializados da Polícia Militar do Amazonas, Polícia Federal, perícia criminal, Corpo de Bombeiros, Força Nacional e servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Segundo o secretário de Segurança Pública, coronel Louismar Bonates, nos primeiros 30 dias, a base Arpão conseguiu dar um duro golpe no crime organizado, levando segurança aos ribeirinhos e moradores dos municípios do Alto Solimões.

 

“Os resultados estão sendo excelentes, com prejuízo para o crime, armas apreendidas, drogas e pessoas presas. A população de Coari e de todo o Amazonas está sendo beneficiada com esse combate ao narcotráfico”, afirmou.

 

De acordo com o comandante da operação em agosto, major Marcelo Cruz, as revistas e abordagens utilizam cães farejadores, que são especialistas em faro de narcóticos, além de mergulhadores que verificam o casco das embarcações.

“Nós fazemos a revista em toda a embarcação, incluindo porões e todos os passageiros. A gente verifica as cargas, enquanto o cão passa nas bagagens. Temos os mergulhadores que vão por baixo da embarcação verificar se tem alguma coisa ilícita, se foi colocado algo ali”, informou.

 

A equipe precursora da operação realizou um trabalho intenso que mostrou resultados de forma rápida, segundo o major. “O resultado foi bastante positivo, fizemos bastantes apreensões e a população, quando nos vê, quando vê a base, tem esse retorno positivo. Os moradores agradecem e dizem que a situação melhorou muito no Médio Solimões”, disse Cruz.

 

Para o comandante do 5º Batalhão de Polícia Militar de Coari (BPM), tenente-coronel Pedro Moreira, o policiamento especializado da Base Arpão resulta em uma ação mais assertiva contra a criminalidade.

 

“A presença aqui da Base Arpão vai nos ajudar no combate ao tráfico de drogas na cidade. Eu tenho visitado diversas comunidades, e é nítida a sensação de segurança que os ribeirinhos demonstram, inclusive com tranquilidade de navegar à noite, o que era uma situação muito difícil para eles, pois não sabiam se iriam voltar para casa. Hoje eles já comentam que podem transitar à noite, que podem sair para pescar”, explicou.

 

Integração

 

Criada pela SSP-AM, a Base Arpão atua de forma integrada com efetivos das Polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Federal, Força Nacional, Secretaria de Operações Integradas (Seopi), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e Ibama.

 

A ação ocorre em conjunto com a Operação “Hórus”, um dos eixos do Programa Nacional de Segurança de Fronteiras e Divisas (Vigia), do Ministério da Justiça.

 

A população pode contribuir com as ações por meio de denúncias anônimas ao 181, o disque denúncia da SSP-AM. O serviço funciona 24 horas por dia em todo o estado.

Balanço Base Arpão:

• Prisões: 27 adultos e três adolescentes

• Crimes mais comuns: tráfico de drogas e crime ambiental

• Drogas apreendidas: 200,7 quilos

• Multas: R$ 676 mil

• Armas de fogo: 6

• Dinheiro em espécie: R$ 46,7 mil

• Prejuízo ao crime: R$ 4,2 milhões

• Outros materiais: 8 toneladas de pirarucu, 300 quilos de carne de jacaré, 3,2 quilos de carne de veado, 6,3 quilos de carne de paca, 22,5 quilos de pirarucu, 7,6 mil comprimidos de remédio abortivo, 172 ovos de tracajá,  cinco quelônios, uma draga, 40m³ de areia e cinco embarcações

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