Pouco mais de uma hora antes de entrarem em campo em amistoso contra a Rússia, as jogadoras da seleção feminina se manifestaram sobre assédio em suas redes sociais. Atletas e dirigentes postaram em conjunto uma mensagem encorajando a denúncia e pedindo “respeito e igualdade além dos gramados”. As publicações ocorreram enquanto o presidente da CBF, Rogério Caboclo, enfrenta acusação de assédio por uma funcionária da entidade.
Há uma semana o dirigente foi afastado do cargo após a denúncia formal. Em entrevista coletiva na última quinta-feira, a treinadora Pia Sundhage se manifestou sobre o assunto. As dirigentes Duda Luizelli e Aline Pellegrino, que trabalham na CBF, também participaram do manifesto nas redes, além da estrela Marta, conforme a reportagem do O Globo.
Ao entrar em campo, a seleção estendeu uma faixa reiterando a mensagem, com a frase: “Assédio não”.
O Brasil enfrenta a Rússia nesta sexta, às 16h, na Espanha, em amistoso preparatório para Tóquio-2020.
Leia o manifesto na íntegra:
“Todos os dias no Brasil, milhares de pessoas são acometidas e desrespeitadas com cenas de assédio, seja moral ou sexual. Especialmente nós, mulheres.
“São brasileiras e brasileiros, vítimas de abusos e atos que vão contra os nossos princípios de igualdade e construção de um mundo mais justo.
“Dizer não ao abuso são mais do que palavras, são atitudes. Encorajamos que mulheres e homens denunciem.
“Nossa luta pelo respeito e igualdade vai além dos gramados.
“Hoje mais uma vez dizemos: não ao assédio.”