*Franciane Silva – Da Redação Dia a Dia Notícia
Um fato chamou a atenção no Superior Tribunal de Justiça (STJ) na última sexta-feira (19), o advogado Felipe Cavallazi precisou levar o filho de 1 ano e 10 meses para uma sessão no tribunal. O ocorrido chamou a atenção dos ministros da corte, que acabaram antecipando o atendimento ao advogado.
O filho de Felipe Cavallazi teve o nome citado pelos magistrados durante a sessão, e foi elogiado pelo comportamento. O advogado é natural de Santa Catarina, porém reside em Brasília, é divorciado e no mesmo dia da sessão era o dia de ficar com o filho. Cavallazi explicou que para aproveitar o tempo com o filho, decidiu levá-lo para o trabalho.
“Ontem era meu dia de ficar com meu filho. E como o tempo com ele é escasso, não desperdiço a oportunidade de estarmos juntos”, escreveu o advogado em uma rede social.
O episódio se contrapõe ao que aconteceu com a advogada amazonense Malu Borges Nunes, que foi chamada a atenção pelo desembargador Elci Simões do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), durante uma sessão realizada por vídeo conferência, por estar com a filha no colo e pelo barulho que a criança estava fazendo.
No caso de Felipe Cavallazi, a presença do filho foi destacada na sessão presidida pelo ministro Mauro Campbell Marques e transmitida pelo canal do STJ na internet.
“Senhores ministros, eu vou rogar vênia da vossa excelência e invocar o Estatuto da Criança e do Adolescente e também a Constituição Federal, porque esta Turma está sendo honrada pela presença do Lorenzo, que já está aqui desde o início da sessão, muito bem comportado”, disse o juiz.
O juiz questionou os demais magistrados se poderia antecipar o caso defendido pelo pai do menino, e por unanimidade a resposta foi positiva. Nas redes sociais, o advogado agradeceu ao ministro e que sabe que muitos pais e muitas mães também precisam levar seus filhos para o trabalho.
“Agradeço imensamente ao Min. Mauro Campbell pela preferência em julgamento. O Lorenzo estava lá por ser meu dia de estar com ele, mas muitas mães e pais precisam levar seus filhos para o trabalho, sob pena de não ter como trabalhar. Mais uma vez, o STJ se prova como o tribunal da cidadania”, disse Felipe Cavallazi.
No caso da advogada Malu Borges, a mesma estava com a filha no colo, e era possível ouvir, durante o pronunciamento dos participantes da sessão, barulhos feitos pela criança. Por conta do fato, o desembargador chamou a atenção da advogada alegando que a situação “feria a ética da profissão”. O barulho feito pela criança no entanto, não chegou a prejudicar a fala dos participantes da sessão.
Instantes antes do início do bloco, a advogada havia pedido preferência para que pudesse realizar a sustentação oral dos processos, porém teve o pedido negado. Vale ressaltar, que atualmente muitas mulheres não possuem uma rede de apoio que a ajude com os cuidados da criança, ou até mesmo com outros afazeres, o que evidencia a sobrecarga que há sobre mulheres que são mães e que também precisam trabalhar.