O ex-senador e ex-prefeito de Manaus Arthur Neto se mostrou decepcionado com os rumos que tomaram as prévias do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). O tucano se refere principalmente às acusações trocadas entre os outros concorrentes, os governadores João Doria, de São Paulo, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul.
Leite acusou Doria de tentar fraudar a votação interna do partido inscrevendo gestores filiados fora da data permitida nas prévias.
“Estou decepcionado. Eu me sinto infantil e até envergonhado. Antes do debate que tivemos, pedi para que o Doria e o Leite colocassem as mãos sobre as minhas e gritei para irmos unidos. Depois, aconteceu tudo isso que nós estamos vendo. Existe um clima de canibalismo entre os oponentes”, afirmou Arthur.
O político também se mostrou preocupado com o futuro do partido. Segundo Arthur, o PSDB caminha para mais uma derrota e que “as prévias servirão para apontar o candidato que será derrotado pelos outros de fora”. Indo além do baixo desempenho presidencial, Arthur diz que a derrota se dará também no legislativo.
“Repetiremos aquela coisa pífia de não ter 30 deputados federais. O partido não consegue perceber que é pequeno, que é miúdo. É um partido com legado desproporcional ao atual tamanho dele”, comentou.
O PSDB já foi um dos maiores partidos políticos do Brasil. Comandou o país entre 1994 e 2002, na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. E, apesar de não vencer, sempre chegou ao segundo turno das eleições, polarizando com o Partido dos Trabalhadores (PT). Em 2018, o partido teve o seu pior resultado eleitoral, com o candidato Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo, ficando em quarto lugar com 4,76% dos votos e elegendo somente 29 deputados federais e oito senadores, uma queda acentuada se comparada a 2014, quando quase levou a presidência com Aécio Neves e elegeu 54 deputados e dez senadores.
*Com informações de Metrópoles
